COM OS OLHOS DA ALMA
Olho da vidraça e lá estão eles, são muitos, flutuam nas águas do imenso rio. Não resisto, e de minha janela, clico a foto, que ilustra esse texto.
Todos os dias fico um longo tempo assistindo-os, num bailado bonito, cujo palco é o East River.
Acho interessante que é sempre igual: basta que um deles se encaminhe para a margem do rio, e todos os demais o seguem. Com certeza é o lider daquele bando de marrecos.
O East River, é onde passam a maior parte de seus dias. Agora, enquanto escrevo, sentada em minha poltrona ao lado da vidraça, os vejo saindo da água e se encaminhando para o gramado. Gosto de ficar admirando-os.
Pela manhã vejo-os, compartilhando o espaço com as gaivotas, que atentas sobrevoam as águas, e de repente mergulham para abocanhar a refeição. São espertas e rápidas, por isso quase sempre conseguem o alimento.
Os barcos passam perto do bando de marrecos, mas não os assustam, eles aprenderam a conviver com os Ferry Boats, que vão e vem carregando as pessoas, para o trabalho ou lazer. Pena que muitas delas, se habituaram a linda vista, e nem a admiram mais. Perderam a sensibilidade de ver com os olhos da alma, só enxergam com o olhar físico, que deixa tudo acinzentado e sem brilho.
Ah, mas eu daqui de minha vidraça, as vejo e admiro.
Na leveza alva das gaivotas, que voam rente a minha janela, nos marrecos que nadam tranquilos sobre as águas, ou na belíssima ilha de Manhattan que avisto na outra margem do rio, vejo tanta beleza, e percebo a presença de Deus, a me mostrar como é rica e maravilhosa a natureza que Ele criou, e também aquela que, Ele inspirou o homem a criar.
(Foto da autora- East River, Williamsburg)