BRASIL, UMA ILHA DE CORRUPÇÃO POR TODOS OS LADOS!
Antônio Gramsci, criador da teoria do cercamento dos Aparelhos do Estado dizia: “odeio os indiferentes (...) acredito que viver é tomar partido (...). Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes”. Só que certamente não imaginava que a sua lógica, perfeita para se ocupar poder, também serviria para se manter no poder, com a prática de corrupções “democráticas”.
Gramsci só estava querendo chamar a atenção para a aceitação como natural de tudo o que não é natural e a corrupção não é nunca foi e também nunca será natural ou normal, mas a indiferença dos eleitores a fez normal, aceitar e é praticada por muitos!
Hoje, o Brasil é uma ilha democrática, cercada de corrupção e outros graves problemas sociais por todos os lados! Isso não é de hoje, porque na ditadura também existiam corrupção e problemas sociais, só que não era de forma tão agressivo ou escancarado como é a de hoje, em nome de “uma lógica de mercado”, como anunciou uma das muitas pessoas que praticavam e justiçavam a razão da corrupção.
É uma ilha democrática também porque de quatro em quatro anos, os brasileiros, obrigados por lei, assinam uma nova promissória em branco para que políticos que se apresentam como salvadores da pátria exponham suas promessas e pratiquem, em nome dos eleitores, tudo que acham que devem ou podem fazer em uma democracia, que também se parece como um cheque ao portador que pode ser usado por qualquer um na boca do caixa da corrupção escancarada.
Durante a campanha do Ministro do Interior, coronel Mário Andreazza, à presidência da República, nas várias entrevista que fiz com o mesmo, nunca negara que no Governo Militar também existisse corrupção, não tantas e da forma como as que se divulgam hoje.
Talvez porque a imprensa estivesse amordaçada e não divulgasse nada, mesmo que soubesse ou porque os militares que governaram à época eram mais preocupados com a ética em nome de uma integração nacional e sabiam seriam mais discretos e talvez menos gulosos em nome da “ética do mercado” com percentuais menores nas propinas.
Quase todos os ex-presidentes da República dos Governos Militares morreram pobres, deixando poucas heranças aos seus herdeiros. Hoje, do vereador em primeiro mandato ao presidente da República, deixam as suas gestões milionários por várias razões. Criam empresas de fachada, prestam serviços para o erário público, e desviam recursos como contrapartida do que investiram nas campanhas dos majoritários.
Se a democracia, por um lado, permitiu o exercício pleno dos direitos, por outro, os direitos se excederam para o perigoso rumo da corrupção dentro dos Aparelhos de Estado em todos os níveis, setores e órgãos.
Democracia sim; respeito e dignidade, também. Ética, sempre; corrupção? Nunca! Os eleitores, mais conscientes e livres, exercendo o direito democrático e não imposto por uma Lei, podem colocar um fim nessa prática peçonhenta e prejudicial a todos os brasileiros. Só que os eleitores ainda se encantam com as promessas de candidatos que se apresentam como salvadores da pátria, mas terminam seus mandatos como salvadores de seus bolsos e investimentos.