A quarta metade do meu stress.
Enquanto tomo mais uma taça desse vinho contrabandeado e escuto a bela e doce Janis Joplin em cd pirata ou musica baixada gratuitamente, esqueço da farofa yoki, nem lembro do G+20, esqueço totalmente do mensalão e aquele cachoeira que vai para a puta-que-o-pariu, agora quero pensar em quantos casais que nesse exato momento estão tendo múltiplos orgasmo, existem alguns que estão fumando maconha, pode ser que nesse momento os policias de plantão estejam cobrando propina para não prender a carga de toras retirada do nosso quintal ilegalmente e aqueles senhores engravatados fazendo farra e festas bacanais com nosso dinheiro de pobres trabalhadores e o presidente bonitão Barack Obama pode estar de sacanagem com a Michelle Obama.
Agora um suicida maluco silenciosamente pode estar prestes a se jogar da *ponte de ferro e algum poeta bêbado esta declamando versos apaixonado para a sua garota amada que o ignora já faz algum tempo, desculpa, mas pode ter algum idiota intelectual discutindo no facebook sobre os maltrato aos animais, degustando um espetinho saboroso ou comendo uma suculenta alcatra do boizinho inofensivo que foi esquartejado no matadouro, pode ter algum imbecil vegetariano comendo hambúrguer e tomando leitinho com sua jaqueta de couro importado. A Janis continua gritando loucamente seu Kozmic Blues, sua voz é orgástica e esse vinho paraguaio é néctar dos deuses para esse e milhões de outros desempregados, agora acho melhor pedir perdão dos pecados diários antes de ficar totalmente embriagado e acabar esquecendo minhas obrigações celestiais.
Mas alguém agora pode estar pegando AIDS, mas alguém ainda pode estar lutando para nascer e muitos nem vão ver o amanhecer e alguns vão passar a noite a beber e a escutar a voz da Janis que morde musicalmente e arranha loucamente deixando todos endoidecidos, levando para um jardim moderno das delicias terrenas, um doce pecar.
Nesse momento quero gritar, quero correr, quero pular, quero gemer, mas não consigo, fico louco imaginando a linda mão da Kircher, que bela argentina, e agora fico louco e furiosamente sem explicação quero chutar o traseiro daquele narigudo do Galvão Bueno e de todos os Neymarzetes, quero esquecer que existem bilhões de pessoas nesse mundo, passando fome, agora sinto que odeio a velha perfumada com sua horrível saia listrada que me cobra aluguel, odeio também todo meio de transporte publico principalmente em dias de chuva, esses sovacos sem perfumes, me deixa com asco e sinto que vou regurgitar todo meu vinho contrabandeado fico furioso, eu desejo profundamente que o louro Jose e a Ana Maria explodam com todos aqueles mauricinhos engravatados safados de Brasília.
Mas agora eu sou inútil um bicho revoltado que não serve mais pra nada e fico furioso quando essa mentira vira verdade, fico a ponto de protestar pelado junto com os malucos do Greenpeace, mas quando fico nu percebo que a gravidade não é generosa, fico frustrado, e enfio butox no corpo inteiro pra ficar um velho sarado uma falsa imagem para agradar a sociedade, e aquelas barangas disfarçadas por trás daquela mascara de maquiagem.
Éh! Mas a salvação meu caro é a linda Janis Joplin com seus óculos e sua voz que causam fantasias inimagináveis e a linda Marilyn Monroe que debaixo daquela saia esconde outras fantasias misteriosas e mais ainda, podemos fantasiar as duas juntinhas com a Rita Lee cantando erva venenosa “Venenosa Êh êh êh êh êh! Erva venenosa Êh êh êh êh êh! É pior do que cobra cascavel O seu veneno é cruel”.
Agora acho melhor ir dormir antes de a insônia chegar, antes do vinho contrabandeado acabar, e antes da linda, sexy e perigosa Janis Joplin silenciar. E muito antes ainda do maldito imposto subir, do preço da gasolina aumentar e os investimentos na educação despencarem e um novo carnaval começar. Amém!
(Amós)
(*ponte de ferro, nome popular de uma das pontes de União da Vitória-PR)
( Crônica publicada no Jornal Pandorga)