VÁ EM PAZ DONA SOLANGE! FOI SÓ O NÚMERO TRÊS QUEM A MATOU!
Dona Solange faleceu. Ela procurou por sua saúde e foi até a justiça, peregrinou mendigando atendimento por hospitais, mas morreu. Foi só mais uma vítima em estatísticas do descaso, abandono e precário atendimento à saúde, “um direito de todos e um dever do Estado”.
E sabem do que mais dona Solange faleceu? Da certeza que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Mas não de todos...mas só para os que podem pagar um plano de saúde particular e, mesmo assim, ainda enfrentando filas, dificuldades e humilhações...com a espera!
É..! A senhora Solange Maria Dias Alves de Souza, de 49 anos, morreu depois de 13 dias peregrinando por 3 hospitais, ter sofrido 3 paradas cardíacas e ter recebido 3 diagnósticos diferentes para o mesmo sintoma de dor de cabeça.
Imaginem se tivesse sido uma coisa mais grave! Não eram tão graves os diagnósticos e a senhora morreu exatamente porque não eram tão graves, enquanto sua família dizia o contrário; por isso a senhora ainda demorou os treze dias até vir a óbito.
Sabe por que mais dona Solange faleceu? Porque também foi vitima do número três: 13 dias peregrinando; 3 diagnósticos diferentes para sua mesma dor de cabeça e 3 paradas cardíacas. Se não fosse o número 3 e o descaso com que a senhora foi tratada, talvez ainda estivesse viva.
Que sua morte sirva como um atestado de incompetência aos administradores da saúde pública no Brasil. Nunca vi tanto descaso somado para um só problema, dona Solange!...É dona Solange, a senhora bem que poderia não ter reforçado as estatísticas de tantas outras mortes de pacientes por falta de leitos, equipamentos, ambulâncias...burocracia, incompetência mesmo, enfim!
Mas Deus não quis que a senhora sofresse mais e a mandou buscá-la para gozar as alegrias do Céu, ao seu lado...dona Solange. Mas não deveria ter sido assim, com um embrulho de incompetências seguidas!
Felizmente a senhora foi chamada para receber todo o carinho do Senhor Deus, dona Solange, porque foi exatamente isso o que lhe faltou na terra: carinho, atendimento e atenção a um direito que lhe foi negado pela burocracia, estupidez, descaso, desmandos, corrupção na saúde e a ignorância de muitos que, nem mesmo com um mandado da Justiça lhe foi capaz de salvá-la.
Uma pena, dona Solange, porque o sua morte manchará as mãos, as batas, as consciências e atormentará por muito tempo os entraves burocráticos ridículos que também contribuíram para seu óbito.
Vá em paz, dona Solange... e que Deus a acompanhe em sua nova jornada à caminho da eternidade! Lamentavelmente, dona Solange, a senhora não poderá morrer três vezes, porque uma só vez já foi o suficiente para que a senhora venha a se transformar em um símbolo da vergonha, da indignação e mobilização da sociedade para que o número 3 nunca mais não volte a se repetir...mas, seja responsável por uma profunda reflexão e direcionamento aos rumos que estamos querendo seguir, não permitindo que por mais vezes ainda sejam eleitos os sucessores presidenciais que negligenciam à saúde.