Caso Lucas Terra, vergonha do Judiciário baiano

Lucas Terra, A Vergonha do Judiciário Baiano

ou a falta da mesma

Jorge Linhaça

Qual o resultado quando se somam a Igreja Universal, pastores pedófilos, bispos políticos e um judiciário “estranho”?

A soma é ZERO.

Zero de respeito à família da vítima,..Zero de pena aos assassinos ( alguns nem julgados ainda devido ao poder financeiro e político da IURD.)

Zero de credibilidade no sistema judiciário baiano. Zero de indignação dos “des” governantes desta cidade e deste estado, claro que de olho nos votos dos fiéis do bispo Macedo.

LUCAS TERRA foi violentado, e queimado vivo em 2001, seus algozes, em sua maioria, nem sequer foram julgados, o único julgado, sabe-se lá por que manobra espúria do judiciário, cumpriu a sua pena em regime semi-aberto e agora recebeu a progressão para o regime aberto.

Crimes hediondos recebem esse tratamento normalmente, ou esse privilégio é estendido apenas a membros da liderança da IURD?

“Condenado a 18 anos de prisão pela morte do adolescente Lucas Terra, o ex-(?)pastor Silvio Roberto Galiza teve o pedido de progressão de regime semiaberto para aberto aceito pela Justiça. A decisão foi tomada pela juíza Patrícia Sobral Lopes, da Vara de Execuções Penais de Lauro de Freitas, nesta sexta-feira (13).

No regime aberto, Galiza permanecerá preso na Casa do Albergado e Egressos Geral de Salvador, na Mata Escura. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), ele poderá sair durante o dia para trabalhar ou estudar, mas voltará à noite e não poderá sair durante os finais de semana.

Lucas Terra foi assassinado no ano de 2001. O jovem foi abusado sexualmente e queimado vivo aos 14 anos. O corpo dele foi encontrado dentro de uma caixa de madeira em um terreno baldio na avenida Vasco da Gama.

Os réus são um ex-bispo e Galiza, que é ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. A autoria do crime é atribuída a Galiza, que acusa o ex-bispo e outro ex-pastor de participação no assassinato, mas os dois ainda não foram julgados. “

“Condenado por abusar sexualmente e matar o adolescente Lucas Terra, em Salvador, o ex-pastor Silvio Roberto Galiza, teve progressão de regime concedida nesta sexta-feira (13) pela juíza Patrícia Sobral, da Vara de Execuções Penais de Lauro de Freitas, na região metropolitana, onde o preso cumpria pena. “

O que leva uma juíza a tomar uma decisão tão obtusa e humilhante para a família da vítima, só a sua consciência pode responder. Talvez ela não tenha filhos, talvez frequente a mesma igreja, quem sabe sofreu pressão dos deputados ligados a Edir Macedo...só uma investigação séria seria capaz de desvendar os mistérios por trás dessa verdadeira mácula no judiciário.

Não há como se conformar com esse tipo de absurdo, mais um entre tantos neste país onde o dinheiro compra sentenças, onde o poder político oculta crimes a cada dia, onde ex ministros do STF ganham a vida defendendo meliantes engravatados.

Cadeia em nosso país é mesmo para pobre, preto e puta...aliás, voltando ao caso Lucas Terra, dos três envolvidos só o negro foi julgado. O outro pastor e o bispo brancos nem foram a julgamento ainda.

O que afinal se esconde nos corredores do judiciário que não levou a Juri Popular este caso hediondo? Por que tanta proteção a esses assassinos e estupradores? Por que o tratamento diferenciado ao condenado? Por que, após 11 anos os demais réus não foram ainda julgados?

Fica muito difícil desvincular essas questões da IURD...que poder paralelo é esse exercido por Edir Macedo? Até onde se estendem seus tentáculos no ministério público?

Desculpem, pode ser que alguém alegue que não se pode “condenar” a Igreja Universal por conta das ações de seus membros, concordo...mas o que é estranho é todo o processo jurídico, o que é estranho a progressão de regalias dada ao assassino confesso, o que é estranho é que outro pastor e bispo envolvidos sequer tenham sido julgados 11 anos depois, o que é estranho é que, ao contrário de outros casos semelhantes de crimes hediondos contra crianças, o de Lucas Terra, tenha sido tratado à portas fechadas...

É como se blindassem os monstros para que não aparecesse o nome da Igreja Universal, tudo acaba por tornar-se muito suspeito...tudo neste caso é nebuloso, parece não haver vontade de elucidá-lo ou de punir “na força da lei” os agressores... fossem esses agressores quaisquer outros não ligados à IURD e já estariam trancafiados de há muito tempo.

Não estou aqui querendo demonizar a IURD, religião cada um tem a sua, mas que existe forte pressão nos bastidores isso existe, só não vê quem não quer...

Repito...

Este caso sempre foi tratado diferente pelo judiciário...parece que fazem de tudo para que seja esquecido...a lentidão é absurda devido ao tipo de crime, ao destaque na imprensa...o julgamento é estranho, a pena é estranha, a progressão de pena mais ainda...o não julgamento dos outros réus é vergonhoso.

Aqui em Salvador, qualquer ladrão de vintém fica morgando por um bom tempo nas celas...depois vai pagar pena na “Mata Escura” sem tratamento VIP...

Já no caso deste assassino confesso só vejo regalias...alguém pode me explicar a diferença?

Com a palavra o “poder” Judiciário da Bahia...

Salvador, 17/07/1961