Aleluia!
Eu costumava gritar, até descobrir que ninguém podia me ouvir. Eu costumava usar agressão, até perceber que a hipocrisia de me auto-iludir que havia ido embora a muito tempo era a maior agressão que eu poderia suportar.
Então, levante suas mãos para o céu como se ele ao menos se importasse! Levante seus livros de conto de fadas para a luz antes que a escuridão da verdade te trague! Então se levante, e cante! Cante bem alto, para não ouvir quem grita! Sorria! Afinal, como indicava a placa atrás do corredor de flores: “Melhor um sorriso ilusório que um choro de realidade”.
Ah, também costumava reprimir pensamentos, até que descobri que ninguém poderia lê-los. Assim transformei pensamentos no lugar onde cultuo minha realidade. Ah, aleluia! No meio de tantos sorrisos pré-destinados a se armarem de imediato quando se cita mitologia, encontrei dentro de mim um lugar onde me sinto segura para receber a sentença de meu julgamento final: Não se importe com o resto, continue proclamando em voz alta “Aleluia!”.