Autoritarismo, passado e presente
Autoritarismo, passado e presente: a mesa numero 4 da Flip 2012, contou com a participação de Luiz Eduardo Soares e Fernando Gabeira. O mediador desta mesa foi mediador Zuenir Ventura.
Antes da mesa se iniciar ouvimos na voz de ”Oficina Irritada", próprio autor Carlos Drummond de Andrade a leitura do seu poema: ”Oficina Irritada".
Zuenir inicia com o seguinte questionamento: O autoritarismo (no sentido enciclopédico) é um excesso de autoridade? E, pergunta para Gabeira e Soares, se concordam ou não com essa definição.
Gabeira vai dizer sobre a relação entre o autoritarismo do Estado com a sociedade, já Luiz Eduardo vai buscar na história o passado e presente para mostrar a linha do autoritarismo que segue persistente, tão enraizado no inconsciente do brasileiro.
Ventura pergunta: O Brasil tem a vocação do autoritarismo? A vocação do Brasil seria com a democracia?
Os convidados lembraram situações da vida política dos modelos de governabilidade de Getúlio Vargas, e, a de Garotinho, quando governador do Rio de janeiro, entrando depois no mérito das atuações de Brizola e do governo Lula. As comparações entre Brizola e Garotinho geraram um desconforto para Luiz Eduardo que fez questão de mostrar as diferenças que houve entre ambos.
Nesta hora foi citado por Gabeira o encontro entre Lula e Maluf em que ele acaba alfinetando sobre: essa é uma situação em que a verdade já não tem maior importância.
Gabeira irritado com os políticos ironiza:
O autoritarismo permanece no fato de eles estarem roubando desesperadamente e nós não conseguimos evitar.
Gabeira fez comparações com a situação política atual recordando um fragmento do livro de Frederich Durrenmatt: “A visita da velha senhora”.
Trata de uma prostituta pobre, que sofreu uma série de opressões. Condenada a viver no exílio, enriquece e retorna à cidade original. Às tantas, declara: “o mundo fez de mim uma puta e eu vou transformar o mundo em bordel “
Eles foram unanimes em dizer ser necessário acontecer com urgência um pacto envolvendo toda a comunidade brasileira, em defesa de princípios fundamentais como o respeito à vida e aos direitos do cidadão.