O preço de um sanduíche

Raramente vou ao McDonald’s: primeiro porque os sanduíches são caros demais para o meu bolso, segundo porque não gosto de ketchup, depois que inventaram essa “porcaria” os alimentos perderam o sabor.

Mas neste fim de semana resolvi levar minhas filhas para um lanche em um desses fast-food, pois minha secretária não trabalha nos domingos e feriados. Como não sei cozinhar, achei que seria uma ótima ideia. Lá fomos nós sorridentes e faceiros.

Como vocês sabem as vagas para carros nesses locais são complicadas e concorridas. Percorri o estacionamento por duas vezes até que consegui estacionar bem complicada. Outras pessoas continuavam dando voltas e mais voltas, até que uma loira que estava com duas morenas em um palio resolveu fazer um teste comigo: pisou fundo no acelerador do seu veículo até que colidisse com o meu. O estrago na lataria foi ameaçador, assim como a explosão do pneu. Pelo visto ela nunca foi à escola, pois não conhecia a lei da física que diz: “dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo”.

__ A senhora bateu em meu carro parado, isto é um absurdo.

__ Eu também acho.

__ Portanto vai ter que pagar o conserto.

__ Vou ligar para o meu namorado.

__ Não é preciso, basta que me dê o seu endereço e o número de sua Carteira de Identidade.

__ Só vou lhe dar o número do meu celular.

__ O número do seu celular não me interessa, preciso da identidade e do endereço.

__ Não vou lhe dar.

__ Como não?!

__ Já disse: não vou lhe dar.

__ Vai sim.

Nisso ela avançou em minha direção como uma galinha choca. Pensei: “vou apanhar”. Não sei como, antes que ela me atingisse com suas unhas cor-de-rosa, dei-lhe um sopapo na orelha com tanta força que ela caiu na lata de lixo que estava logo a sua direita. Suas amigas percebendo a confusão partiram em minha direção como duas “gatas” prontas para atacar.

__ Se chegarem mais perto, vão apanhar como se fossem duas vagabundas.

__ Você é um monstro.

__ Recolha sua amiga antes que o lixeiro passe e leve este traste.

Minha sorte foi que os seguranças me levaram para o salão de festas que fica localizado na parte de trás do estabelecimento. Se não fosse isso, certamente eu seria linchado ali mesmo.

Devo confessar que nunca fiquei com tanta vergonha, sempre ouvi falar que, em mulher, não se bate nem com uma flor, mesmo que ela seja uma loira e a flor, um cravo-de-defunto.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 12/02/2007
Reeditado em 11/10/2017
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