Diário de viagem II
Quem é admirador da arte deve conhecer Florença. Mas não pode se ater ao turismo rápido de um só dia, deve ficar pelo menos quatro dias, explorando os museus, o Duomo e principalmente o maior acervo de obras de artes do mundo, o Museu Uffizi, logicamente tendo passado primeiramente pela Galleria Dell'Accademia, onde está a estátua de Davi, de Miguelangelo.
A estátua de Davi, é sem sombra de dúvida, a obra perfeita , aquela em que Miguelangelo deve ter dado uma palmada e dito: Parla!
As dimensões perfeitas dos membros, das mãos, do tronco e a perfeição dos contornos dos músculos, a saliência das veias e a forma impressionante das cutículas e até o esbranquiçado da meia lua nas unhas, faz da escultura de Davi a obra de um gênio.
Mas Florença deve ser percebida também com uma ótica histórica maior, em uma visão de lente expandida.
Até o início do século XIV a Europa e o mundo conhecido vivia na Idade Média, no período dito medieval. As artes se resumiam às poesias dos menestréis que cantavam sempre loas aos reis e poderosos e a uns poucos pintores que os retratavam para a posteridade. Mas nessa época as tintas e consequentemente a pintura eram de baixa qualidade.
Mas eis que nascem alguns artistas que fogem ao paradigma da época: Leonardo da Vinci (1452) discípulo do renomado mestre florentino Verrochio, Miguelangelo, Raphael, Bernini e Donatello. Esses grandes artistas e outros também importantes que serão citados, revolucionaram o estado da arte. Em função deles houve uma transformação tão grande na cultura e na sociedade, na arte e na vida da população, que se denominou ter havido o Renascimento ou Renascença, um marco divisório entre as idades média e moderna. Esse renascimento cultural se iniciou na Itália , na região da Toscana, em Florença e Siena e depois se difundiu pelo resto da Europa Ocidental, alavancado pelo desenvolvimento da imprensa, por Gutemberg.
Na área do desenho e pintura há que se registrar que foi a época em que a perspectiva foi criada, quando as obras de arte deixaram de serem expressas em um só plano e se configurou verdadeiramente o conceito de profundidade. Nessa época também foram aprimorados as tintas e pigmentos o que aumentou a qualidade das pinturas que passaram a ter mais resistência ao tempo.
O Renascimento trouxe uma revalorização das referências culturais clássicas com ênfase no humanismo, no naturalismo e na ética, reafirmando a dignidade do homem como um investigador da natureza por excelência.
Foi a época das grandes conquistas da humanidade, com o descobrimento pela navegação de outros continentes, com repercussão na astronomia, matemática, medicina, engenharia, quando o homem deixou de crer que a Terra era quadrada.
Para se ter a ideia da grandeza dessas figuras principais da Renascença, vejamos seus campos de atuação:
Leonardo da Vinci:
São suas as seguintes obras: Mona Lisa, A Última Ceia, o desenho do Homem
Vitruviano. Ele concebeu e projetou o helicóptero, o tanque de guerra, o submarino, o uso da energia solar, a calculadora e ainda criou uma teoria rudimentar das placas tectônicas.
No campo da medicina fez descrições de anatomia que posteriormente foram confirmadas pelas modernas técnicas de análises de imagens.
Miguelangelo :
Na área da pintura, quem notabilizou-se foi Rafael que além da pintura do Juízo Final fez as pinturas do teto da Capela Sistina. Pena que só tenha vivido 37 anos...
Na área da poesia, influenciado pelo Renascimento, tivemos em Portugal as composições de Luiz de Camões, autor dos Lusíadas, cantando a epopeia das conquistas lusas. Eis um dos seus versos:
Acha a tenra mocidade
Prazeres acomodados,
E logo a maior idade
Já sente por pouquidade
Aqueles gostos passados.
Um gosto que hoje se alcança,
Amanhã já não o vejo;
Assim nos traz a mudança
De esperança em esperança
E de desejo em desejo.
Mas em vida tão escassa
Que esperança será forte?
Fraqueza da humana sorte,
Que quanto da vida passa,
Está receitando a morte!
Ainda na esteira do renascimento, na Península Ibérica, tivemos o maior fenômeno de literatura com a obra de Miguel Cervantes, Dom Quixote de La Mancha.
Por tudo o que o Renascimento representou para a humanidade, devemos render nossa perene homenagem ao seu berço, Florença.
Quem é admirador da arte deve conhecer Florença. Mas não pode se ater ao turismo rápido de um só dia, deve ficar pelo menos quatro dias, explorando os museus, o Duomo e principalmente o maior acervo de obras de artes do mundo, o Museu Uffizi, logicamente tendo passado primeiramente pela Galleria Dell'Accademia, onde está a estátua de Davi, de Miguelangelo.
A estátua de Davi, é sem sombra de dúvida, a obra perfeita , aquela em que Miguelangelo deve ter dado uma palmada e dito: Parla!
As dimensões perfeitas dos membros, das mãos, do tronco e a perfeição dos contornos dos músculos, a saliência das veias e a forma impressionante das cutículas e até o esbranquiçado da meia lua nas unhas, faz da escultura de Davi a obra de um gênio.
Mas Florença deve ser percebida também com uma ótica histórica maior, em uma visão de lente expandida.
Até o início do século XIV a Europa e o mundo conhecido vivia na Idade Média, no período dito medieval. As artes se resumiam às poesias dos menestréis que cantavam sempre loas aos reis e poderosos e a uns poucos pintores que os retratavam para a posteridade. Mas nessa época as tintas e consequentemente a pintura eram de baixa qualidade.
Mas eis que nascem alguns artistas que fogem ao paradigma da época: Leonardo da Vinci (1452) discípulo do renomado mestre florentino Verrochio, Miguelangelo, Raphael, Bernini e Donatello. Esses grandes artistas e outros também importantes que serão citados, revolucionaram o estado da arte. Em função deles houve uma transformação tão grande na cultura e na sociedade, na arte e na vida da população, que se denominou ter havido o Renascimento ou Renascença, um marco divisório entre as idades média e moderna. Esse renascimento cultural se iniciou na Itália , na região da Toscana, em Florença e Siena e depois se difundiu pelo resto da Europa Ocidental, alavancado pelo desenvolvimento da imprensa, por Gutemberg.
Na área do desenho e pintura há que se registrar que foi a época em que a perspectiva foi criada, quando as obras de arte deixaram de serem expressas em um só plano e se configurou verdadeiramente o conceito de profundidade. Nessa época também foram aprimorados as tintas e pigmentos o que aumentou a qualidade das pinturas que passaram a ter mais resistência ao tempo.
O Renascimento trouxe uma revalorização das referências culturais clássicas com ênfase no humanismo, no naturalismo e na ética, reafirmando a dignidade do homem como um investigador da natureza por excelência.
Foi a época das grandes conquistas da humanidade, com o descobrimento pela navegação de outros continentes, com repercussão na astronomia, matemática, medicina, engenharia, quando o homem deixou de crer que a Terra era quadrada.
Para se ter a ideia da grandeza dessas figuras principais da Renascença, vejamos seus campos de atuação:
Leonardo da Vinci:
- pintor
- escultor
- arquiteto
- engenheiro
- matemático
- fisiólogo
- químico
- botânico
- cartógrafo
- físico
- mecânico
- inventor
- anatomista
- escritor
- poeta
- e músico.
São suas as seguintes obras: Mona Lisa, A Última Ceia, o desenho do Homem
Vitruviano. Ele concebeu e projetou o helicóptero, o tanque de guerra, o submarino, o uso da energia solar, a calculadora e ainda criou uma teoria rudimentar das placas tectônicas.
No campo da medicina fez descrições de anatomia que posteriormente foram confirmadas pelas modernas técnicas de análises de imagens.
Miguelangelo :
- escultor
- arquiteto
- poeta
- pintor
Na área da pintura, quem notabilizou-se foi Rafael que além da pintura do Juízo Final fez as pinturas do teto da Capela Sistina. Pena que só tenha vivido 37 anos...
Na área da poesia, influenciado pelo Renascimento, tivemos em Portugal as composições de Luiz de Camões, autor dos Lusíadas, cantando a epopeia das conquistas lusas. Eis um dos seus versos:
Acha a tenra mocidade
Prazeres acomodados,
E logo a maior idade
Já sente por pouquidade
Aqueles gostos passados.
Um gosto que hoje se alcança,
Amanhã já não o vejo;
Assim nos traz a mudança
De esperança em esperança
E de desejo em desejo.
Mas em vida tão escassa
Que esperança será forte?
Fraqueza da humana sorte,
Que quanto da vida passa,
Está receitando a morte!
Ainda na esteira do renascimento, na Península Ibérica, tivemos o maior fenômeno de literatura com a obra de Miguel Cervantes, Dom Quixote de La Mancha.
Por tudo o que o Renascimento representou para a humanidade, devemos render nossa perene homenagem ao seu berço, Florença.