PADRE PEDRO

      Padre Pedro, nosso inesquecível pároco, residia no mesmo quarteirão que eu e era um amigo da nossa família. 

      Desde cedo aprendi a amá-lo pela pessoa humana que era: muito doce e atencioso com as crianças, com quem mantinha um excelente relacionamento. 

      Foi um pastor dedicado ao seu rebanho. Estava sempre disposto a ouvir suas ovelhas com muita calma e serenidade, quer em confissão quer numa conversa informal. 

      Sua maneira simples de ser atraía a todos quebrando o protocolo entre a autoridade e a pessoa comum dando lugar ao relacionamento amigável. 

      Sua presença orante diária, diante do altar do Sagrado Coração de Jesus, deve ser para todas as pessoas da minha geração como o é para mim, uma lembrança inesquecível. Ali, diante do sacrário, em diálogo com Jesus Eucarístico, ele evangelizava pelo testemunho muito mais que em pregações. 

      Em sua fisionomia deixava transparecer a paz dos puros, dos justos, dos Santos.
Padre Pedro viveu as bem-aventuranças no seu dia-a-dia, sem as preocupações exageradas com o dia de amanhã, buscando em primeiro lugar o reino de Deus, lugar ou recompensa reservada àqueles que se assemelham às crianças como ele. 

      Acometido de uma artrite reumatóide teve seus movimentos limitados e em sua cadeira ou no seu leito continuou pescando almas para Deus.
Durante toda a sua doença esteve sempre disponível aos paroquianos, acolhendo-os carinhosamente, ouvindo-os em confissão, absolvendo-lhes dos seus pecados, orientando-os e devolvendo-lhes o sentido da vida.
 
      Brejo Santo perdeu o Santo Padre Pedro do seu convívio aos 03 de janeiro de 1973 porém ganhou um Santo intercessor no céu.