Ciranda - Vamos Cirandar

Quando criança, brincava de ciranda. Bastava dar as mãos para ter amigos e cantarolar a cantiga para sorrir em demasia. Não sei todos os outros adultos, mass quando me lembro de algo tão simples, entendo porque complico a vida.

Não permitimos lembrar com o mesmo gosto de ter vivido e é por isso que queria de novo, brincar de cirandar! Porque sem notar, aprendia a compartilhar minhas alegrias, sem medo do que todos os outros achariam. Afinal, estávamos todos unidos pelo vínculo de rodar confiando no embalo de cantar o mesmo refrão. Éramos todos soldados rodopiando pela liberdade de expressão!

Naquela época, não precisava de tanta explicação para sentir que gostava de sorrir e ver o meu amigo também sorrir. Como adultos, damos as mãos ao acaso e nem sempre a um suposto amigo. Não cantamos, falamos diretamente em nome do bom senso da comunicação quase nunca em nome da espontânea expressão...

Ao meu ver, crescemos e conosco um imenso desapego. Quando crianças, precisamos do lúdico para assimilar informação. Quando adultos, é necessário uma infantaria de argumentos para entender a ilusão...

Para nós, simplicidade vem com uma bagagem de explicações sobre facilidades e naturalidade, enquanto que para crianças, simplicidade é tudo que cabe na palma da mão. Como brinquedo, fazem dela uma realização de satisfação!

Agora me diz...

Se nas mãos de uma criança, cabe um mundo de compaixão em forma de ciranda, porque na nossa cabeça adulta, não entra a idéia infantil de brincar um pouco mais com a própria realidade, em nome da fraternidade?

Por falta de simplicidade, complicamos um bom tempo do percurso natural de nossas vidas e ser simples, não é deixar as coisas acontecerem... é se apegar a elas para que aconteçam no seu devido tempo.

Agora, vamos todos cirandar?