A crônica do dia
O dia no norte não amanheceu chuvoso, mas faça chuva ou faça sol Jadroelson precisava de uma conta em um dos bancos locais. E como fazer isso se o pobre nem trabalhava.
Era na verdade a escória de doze irmãos. Sempre criticado por não trabalhar, o mais velho filho de dona Amélia e seu Dodô pensava ele no único quarto da casa.
Como uma luz que brilha de repente veio no pensamento do Jadroelson uma ideia. E imediatamente ele se levantou foi a casa do seu tio, tomou emprestado o paletó de pastor aposentado da igreja Universal, depois pegou de seu irmãos Jadroelson uma mala parecida a do 007, encheu-a de papel picado, recorte de mulheres da playboy e saiu em direção ao
Banco do Brasil.
Lá chegando sem qualquer burocracia foi direto com a recepcionista do gerente geral e disse:
- Bom dia senhora, por favor poderia falar com o gerente.
- Bom dia respondeu a moça educadamente perguntado a quem deveria anunciar.
-Diga-lhe que é o Jadroelson Pacheco, empresário.
Mal terminou de falar e o gerente já abrira a porta com um sorriso agradável no rosto, como se estivesse bem atrás da porta ouvindo a conversa. E foi logo dizendo:
- Pois não, em que posso ser útil ao senhor.
Jadroelson com o olhar firme e decidido disse:
- Meu amigo sou um empresário que vim do Estado do Pará e quero me estabelecer no seu Estado e tenho ótimas referencias do senhor e desse banco, portanto gostaria de saber como devo proceder para concretizá-la.
O Gerente todo se sentindo o tal não se fez de rogado, mandou o Jadroelson preencher uns formulários e imediatamente o encaminhou a sub gerente, que recebendo um encargo no meio de uma vultuosa movimentação, viabilizou cheque, limite e catão de crédito ao rapaz.
Ao sair fez questão de apertar a mão do gerente e fazer o seu agradecimento. O Gerente por sua vez completou o gesto de cortesia e fez da vida Jadroelson foi para casa rindo a toa.
Lá chegando ficou mangando dos seus irmãos, que tinham emprego e sequer tinham conta em banco.