Olha, somos só amigos, ok? Como se a gente pudesse separar os sentimentos, as características, os defeitos, as estranhezas, as grandezas, o humor e as mil outras facetas das pessoas. Fulano é muito inteligente. E o resto? Fulano não é bobo também às vezes? E eu posso chamar de bobo mesmo sendo inteligente? Ciclano é tão sexy. E será que ele chora e esperneia vendo filme romântico? Fulana é super bem resolvida. Oi? E quando chega o dia dos namorados? As pessoas gostam de fingir que os outros são só isso e aquilo. Rótulos, estereótipos. Concepções inflexíveis de tudo. E um preconceito com os solteiros que convenhamos! Quem disse que o dia dos namorados é para ser comemorado por quem tem namorado? Não, não, não. Passem para cá essa garrafa de Chandon.
A palavra namorar vem da expressão espanhola “estar en amor”. Ora, estar em estado de amor pode acontecer com quem tem um namorado, pode acontecer com quem não tem e é possível ainda que quem tenha não se sinta assim. Amor pode ser bem maior do que o que se pinta no dia dos namorados. Amor pode ser um bem estar que você sente lá no fundo, por ter visto um filme bacana, por ter tido um sonho bom, por fazer um bom trabalho. Estado de amor por ter feito caridade, por entender melhor o mundo, por conseguir meditar e encontrar uma paz que a gente nem pensa existir. Estado de amor por ser humano e feliz. I will drink to that!
Estar ou não estar acompanhado não interfere em algo que devia ter um dia de muita comemoração também: se amar, ser livre, ser inteiro, ser quem se é, estar bem. Isso também é motivo para comemorar! Mais champanhe! E eu declaro que comemoro comigo mesma o dia dos namorados. Sozinha, mas inteira. Eu não sou só isso ou só aquilo. Eu sou eu, cheia de defeitos e espantos, de ternura e alegria, de amor, amor, amor. Muito bem acompanhada de todas as pessoas no mundo que recebem as melhores energias que eu tenho e me passam as suas num namoro eterno de se viver bem. Tim-Tim! E se tiver um amigo para apresentar… Garçom, outra garrafa!