" EI, PADEIRINHO " !
Corria o ano de 61 e saudosas lembranças foram se desenhando no meu viver adolescente !
Numa linguagem imediatista - permita-me flexionar o verbo sem as amarras gramaticais - e me deixe à vontade em Breves/Pa.
Meu pai, Pr. Joaquim Santos, pioneiro da Ass. de Deus no Brasil, já se encontra na cidade com a família à tiracolo - e, somente eu, agora em dezembro, chegando na última leva ...
No Trapiche Municipal, uma saudação calorosa da família - e " lá se vamos de malas e cuias", moinhas ou serragens nos pés a caminho de casa, driblando pedaços de pau, galhadas e outras atrapalhadas, enquanto uma noite densa e fria despenca ao entardecer ! ...
Chegando em casa, um amontoado de novidades da cidadezinha escondida entre rios - Breves, dos meus sonhos adolescentes ! ...
Conversa vai e vem, toca pra lá e pra cá - ouve-se ao longe, um barulho como " um galopar de estranha cavalgada " - " EI, PADEIRINHO ... EI, PADEIRINHO "! - e o ruído aumenta numa acirrada disputa do " quem atinge primeiro " no eco da madrugada !
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Agora, o sol se levanta sem mais o coaxar das rãs e sapos e o desfile apoteótico dos jacarés e cobras que fogem do pantanal - e passo, então, a perceber a comédia - pois a guerra dos padeirinhos termina à tapa - e o vencedor se torna aquele que primeiro chega à cestinha para colocar o pão ! ... égua !
Verdade ..., cenas engraçadas, que certamente me fazem desabar nas " ... saudades que eu tenho d'aurora da minha vida ... - e que os anos não trazem mais " ! ...