Vida e morte vivida por um segundo
Após 32 dias da partida de minha genitora deste mundo. Após sentir a dor de perder uma joia rara, amável, mãe Maria, a primeira entre todas as cosias mais adoradas que eu tinha em vida, eis que surge à minha frente um desafio tenebroso, aterrorizante e cruel. Será meu Deus, que foi uma provação de vida? Foi sim! Ultrapassei essa etapa, venci uma situação aflitiva e ganhei mais uma vida depois de ter sido atacado por um bando de marginais em via pública em plena luz diária. Eram 3 elementos e uma fêmea bandida, armados.
Encostaram na minha cabeça, um cano de ferro chamado trabuco ou arma de fogo, dotado de cartuchos com projétil e pólvora em um tambor cilíndrico giratório. A “ordem” falada foi para abandonar meu veículo - um conjunto de ferros e motorizado - e tudo mais que havia como pertences e documentos. Com mãos nojentas, os facínoras ainda fizeram uma revista em meu corpo com apalpações malignas como se fossem, eles, autoridades, e eu um bandido. Medo, tensão e angústia tomaram conta de mim e senti-me um obituário vivo por um segundo.
Estava eu endereçado em plena tarde de segunda-feira,02-07-12, numa avenida bairrista e muito movimentada, na Capital que não têm nada de Forte, chamada Fortaleza. Havia in loco, algumas pessoas semelhantes à minha pessoa, mas fingiram não ver a ação perturbadora e esquivaram-se de ajuda, e nem podiam fazer nada mesmo, pois o medo e o risco estavam lá. Ao afugentar-me do local, quase levei uma queda no asfalto quente, mas ainda não era a hora de cair.
No momento inesperado, fiquei trêmulo e tive que ser obediente para não ter que deixar a Terra imediatamente. Tornei-me um sobrevivente e agora estou escrevendo estas entrelinhas. Contudo, carregando uma ansiedade lacrimejante terrível. Não bastasse o uso de medicação controlada onde contém um psicotrópico chamado nortriptilina que age como inibidor de ansiedade, que já vinha consumindo por conta de dores físicas alienantes. Agora a dose é duplamente mental e com iminência de risco cardíaco para tentar suportar, pelo menos por alguns dias, a dor por ter sido vitimado em assalto terrivelmente.
O que a gente ver na TV imagina ser um tanto distante, mas quando cai a ficha, na própria pele, a realidade é mesmo real. Ela, a morte, chegou perto de mim, mas pisou em falso e deslocou-se para o além. Ali, pensei por um milésimo de segundo que levaria um “pipoco” com a ferramenta de picotar cristão, o tal revólver. Porém, o ricochete mudou a direção do que seria um tiro certo.
Para acrescentar a tormenta, ainda recebi ameaças de extorsão via aparelho celular, o de minha esposa, a partir do 2º dia de sofrimento, tenho gravações. Conforme conta o Inspetor-Chefe de Polícia DANIEL, da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas, são bandidos que ligam de dentro de presídios falando mentiras ao comentar que sabem onde está o carro e exigem dinheiro depositado em conta bancária. Uma situação constrangedora. Além de alguns objetos e cédulas, levaram meu Crossfox - PLACA HYQ 1781, cor preto. 2006/2007, ainda não encontrado. FICA AQUI O ALERTA NA ESPERANÇA DE NOTÍCIAS, com muita gratidão ás pessoas de boa vontade.
Apego material? Isso é coisa egoísta. A gente reconquista somente o que for necessário, pois nada é mais importante na vida do que a própria. Sou oposicionista à matéria, incorpóreo. Apenas torna-se inevitável a necessidade mínima de consumo. Porque, se não tenho um manto para me vestir, poderei causar o delito do pudor por ferir a decência. Se não tenho meu par de óculos, não enxergarei com lucidez. Se não tenho umas cédulas no bolso, não pagarei um papel de consumo utilitário básico. Se não possuo um abrigo, residirei ao relento. Se não tiver um par de sapatos, andarei descalço e sangrando na pele com riscos de adquirir moléstia. Então, como deixar de possuir certos objetos materialísticos? É humanamente indispensável deixar de granjear.
Fica minha imensa gratidão registrada para quem tanto fez por mim, ao proporcionar fortes desejos de recuperação. Aos entes queridos e amigos, pela sensibilidade traduzida em cada palavra. Na hora do terror, Deus esteve presente como sempre e concedeu-me o livramento. Então, aos cruéis e terroristas: o castigo virá. Ao benevolente: credo, recomposição, harmonia e paz. Sem gravame ou queixa.
Aqui vai meu desabafo e o inconformismo perante ao Estado, referente à "in" segurança pública. No entanto, qual daqueles que escreve ou fala publicamente o que sente, que ainda não recebeu uma crítica? Qual profissional ou povo comum que nunca sofreu repúdio ou processo judicial por se expor e divulgar verdades? Por fim, o desconforto, pela demora e pelo péssimo atendimento no 5º DP, ao repassar informações a um Escrivão no momento de redigir o Boletim de Ocorrências.