Acompanhei com interesse, no antigo Observatório da Escola Politécnica de São Paulo, um debate com o físico brasileiro Marcelo Gleiser e um antigo abade beneditino (verdadeiros monges preferem o anonimato) sobre ciência e fé tendo por pano de fundo a “nova” descoberta da Física – o bóson de Highs – que a imprensa apelidou de “partícula de Deus”. Confesso candidamente que sou totalmente ignorante sobre isso. Tenho mesmo dificuldade de compreender a própria linguagem científica e confundo prótons com electrons e até poucos dias, nunca tinha ouvido falar em bósons e não sabia o que era uma partícula subatômica.  Mas, leio que o universo é infinito e em expansão. Tem 400 milhões de estrelas e provavelmente é um dos inúmeros universos do infinito multiverso.
Ao ouvir discorrerem sobre isso, me vem as palavras do salmo 8, poema oração de uma pessoa espiritualizada ao olhar um céu estrelado; quando contemplo o céu e vejo o universo imenso, obra de tuas mãos me pergunto o que é o ser humano (nesse imenso universo, poderia parecer menos do que um pontinho de poeira), mas que valor imenso tem, para que o trates com tanto cuidado e carinho... Tu, Deus,  o fizeste como zelador desse universo imenso e em teu nome devemos cuidar dele com responsabilidade e como testemunho do teu amor.

 
         
 
 
          Teu nome é presença amiga que ressoa por toda a terra.
          Até o mais alto firmamento teu esplendor bem descreve. 
          Na candura das crianças, tua força se revela,
          pois, diante delas, o próprio inimigo se desarma. 
 
          Quando olho o universo e diante do céu estrelado me extasio,
          a me lembrar de ti, eu me pergunto: 
          Que imenso valor tem o ser humano
          para com tanto carinho dele cuidares?
 
           Como imagem tua, no universo o colocaste, 
           cheio de honra e dignidade o criaste, 
            sobre animais do campo, pássaros do céu e peixes do mar, 
           e sobre toda a tua criação, 
            para cuidar zelosamente, o confirmaste.