QUEM FOI SHAKESPEARE?

No encontro literário de Parati aconteceu mais uma vez discussão sobre o polêmico tema a “Controversy Shakespeare”, se teria sido ele autor único de sua vasta obra.

Stephen Greenblatt e James Shapiro foram dúbios. Se afirmam que não haveria verdade em negar-se autenticação a ter sido ele o autor de toda a obra, conforme grande e especializada literatura afirma, concluem no entanto, confirmando a suspeição, que a tese de que Shakespeare não escrevia seus textos sozinho tem procedência em parte. "Temos que aceitar que ele era mortal e precisava de colaboradores", diz Greenblatt.

O debate que teve o escritor britânico como tema foi realizado quando da 10ª edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).

Para Greenblatt, é recorrente o tema porque Shakespeare não pertencia a realeza, e por isso, não existem muitos documentos que liguem seu nome às obras produzidas. Mas o escritor que morreu em 1616, tem sua historiografia conhecida tanto quanto as obras, não reside nisto a dúvida, mas em outros fatores irrespondíveis, temporais.

Os dois, no entanto, confirmam a tese de que Shakespeare não escrevia seus textos sozinho, ou seja, temos que aceitar que ele era mortal e precisava de colaboradores, diz Greenblatt. O autor britânico recriava como sabido obras já existentes.

A obra "Julius Caesar" restou como paradigma que Shakespeare não poderia tê-la escrito.

“A obra é de uma complexidade tal que precisaria não de um, mas de vários autores,com conhecimento do mundo e línguas latino e orientais (coisas essas não disponíveisna escola mediana de Stratford-upon-Avon, onde se diz que Shakespeare estudou).Aliás, o conhecimento contido na obra não estava disponível em academia inglesa alguma.

Só era possível obtê-lo através dos vários oficiais militares ingleses, viajantes, e estes só se comunicavam com a corte da rainha, já que também eram nobres.Naquela época (bem como agora também), os nobres ingleses não podiam ter contato algum, do ponto de vista cultural, com o povo em geral. Assim alguns eruditos afirmam que a obra foi um compêndio das aventuras militares do Império Britânico, condensado por vários nobres da corte da Rainha Elizabeth, interessados em ganhar dinheiro, vendendo para o público (o que era proibido para eles).Calcula-se que obra toda levaria no mínimo 30 anos para ser escrita por um só homem, se este viajasse pelo mundo afora, o que não foi o caso de Shakespeare, já que nunca saiu de Londres, desde que lá chegou. Mesmo assim, os fãs, sem perceberem a enormidade do esforço despendido nessa obra, acreditam que Shakespeare, um homem do povo, foi quem escreveu sozinho, tal obra.

E o mais incrível: No mesmo tempo de lançamento de outras obras igualmente complexas como Antony and Cleopatra e Timon of Athens que exigiriam igual esforço.

A obra "Julius Caesar", se fosse escrita por apenas um homem, teria

que ser escrita por um escritor da atualidade, da era do computador e viajante, e mesmo assim, ela demoraria não menos de 5 anos para ficar pronta. Como foi escrita em uma época em que as informações e as viagens eram muito demoradas, ela só pode ter sido escrita, ou melhor, condicionada, de várias outras obras manuscritas, não por um, mas por uma sociedade de escritores.”

Fonte: New York Times Magazine

Nada disso retira a monumentalidade da obra. Shakespeare é a referência da dramaturgia. Incontáveis talentos dissecam sua obra gigantescamente fecundas, adjetivamente geniais. Shakespeare ou a "entourage" que construiu esse laboratório da alma humana, eviscerada meticulosamente com as pompas da paixão, da angústia, da torpeza, do amor vazado em todos os tons, terão sempre a arquicadeira do fantástico em termos de criação. Nela os sentimentos são dimensionados na precisa ordem da vida.

Se os pais de Shakespeare eram analfabetos e ele quase não estudou também pouco importa, importa a referência, como um quase messias do teatro.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 15/07/2012
Reeditado em 15/07/2012
Código do texto: T3779543
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