A Falsidade Reina

A Falsidade reina nos bares lotados, em frente a sua casa, no meio da ruela, atrás da sua orelha, em meio ao caos, entre família, grupo de amigos. A falsidade reina entre os populares, políticos e medíocres. A Falsidade reina no instinto básico do homem - obrigado a ter coração de acrílico. A Falsidade reina quando um conhecido, que lhe odeia, age como o camarada de grande falta enquanto o cúmplice da barbárie lhe trata com desdém. A Falsidade reina quando a criatura é excessivamente sorridente e atenciosa porém uma falha de caráter a entrega. A falsidade reina em datas comemorativas - todo mundo lindo e todo mundo amigo. A falsidade reina em papos furtivos com pessoas recém-conhecida e igualmente desinteressantes. A Falsidade reina em diálogos femininos relacionados a namoro e gordura localizada. A falsidade reina nas costas dos pobre-coitados, cansados de serem apunhalados covardemente na espera de um "soco" de realidade na cara. A falsidade reina até no pensamento do sujeito que jura nunca ter mentido, sido desleal ou dissimulado - por que tanta convicção? A falsidade reina ao soltar o simpático "sei como é, já passei por isso também", como se toda uma dor pudesse ser calculada e de fácil compreensão. A falsidade reina ao conhecer alguém mais culto - para não chupar o dedo, cita livros que nunca leu, favorita filmes que detestou ou dormiu na metade e curti viagens feitas só no reino da mentira. Aliás, reina mais ainda ao ouvir uma mentirinha descabida tornar-se a manchete da vizinhança. É, meus amigos. Não é álcool, cigarro ou tv. O maior vício da sociedade é colecionar máscaras.

Dréus
Enviado por Dréus em 14/07/2012
Reeditado em 19/10/2015
Código do texto: T3778109
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