O mistério das cores

Há tempos que perpassam desapercebidos no meandro da ótica de quem vê

Faltam recursos, faltam incentivos, falta um pouco mais de ouro para ser notado

Penso no arco-íris e lembro da origem da cor branca e não resisto a emocionar-me

Cores covalentes, cores mães, cores solidárias, cores que veem

São sensíveis e sempre dispostas a se unirem em prol de um objetivo comum

Abrem mão de seu brilho original, de sua essência, a fim de dar lugar a uma cor amiga

(...) Quão sublime são tais cores (...)

Quando penso no arco-íris declamo lágrimas gritantes a cada gota que surge em meu olhar

(...) Queria tanto predicar alguma cor em mim (...)  - Vontade constante que não se cala

(...) Como seria bom se nossas cores fossem assim, conforme descrevi (...)

Nossas cores não brilham, observo penumbras em toda parte...

Parece que perderam suas raízes, esqueceram de onde vieram

Não se lembram de suas mães, que abriram mão de seu cintilar para dar a luz ao branco

As cores de hoje são independentes, poucas mantiveram sua forma após nascerem

Competem umas com as outras para ver quem brilha mais

São insensatas, insipientes!

Escondem-se na penumbra para não deixar o branco continuar a existir

Ah se eu pudesse criar cores perfeitas, como as escritas por meu Pai (...)

 Cores obedientes, cores covalentes, solidárias, cores amorosas...

Creio que o branco voltaria a existir, cumprindo seu devido papel

Renovando todas as cores para que jamais sejam deturpadas por penumbra alguma.

 
Jean Marcell Gomes Albino
Enviado por Jean Marcell Gomes Albino em 14/07/2012
Reeditado em 19/11/2012
Código do texto: T3776964
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