Mãos-atadas
Eu to cansado, eu to de saco cheio,
Nem o saco do senhor Noel em dia de natal
Está assim tão cheio.
Eu to cansado, eu to pra lá de meio,
Secaram minhas gorjetas que eu guardava,
Pra comprar meu candeeiro.
Pois minha taxa publica não está dando
P’ra clarear minha rua escura,
Que é usada como banheiro.
Essas taxas só diminui meu salário,
Que já vem pelo meio.
Que injustiça com quem dá duro,
Feito burro de carga o ano inteiro.
E lamenta as férias atrasadas,
E o buraco no seu décimo terceiro.
Eu to cansado de receber e perceber,
Que no meu salário está faltando dinheiro.
Eu não tenho informações,
Por isso pouco sei sobre meus direitos.
Eu não vou marcar consulta na rede publica,
Por que vai demorar o ano inteiro.
Alegando nas causas simples, falta médico,
E na urgência falta enfermeiro.
Quem ta doente só cura se tiver dinheiro.
Estamos de mãos-atadas sem ter pra onde correr,
Se ficar o bicho pega se correr o bicho come,
O jeito é andar pra ele nem pegar e nem comer.
Os impostos são abusivos assim nada vai acontecer,
As empresas se esquivam pra escapar desse sistema
Que é dois pra mim e um pra você.
Quem não se dá por satisfeito, cai fora rala peito,
Pois já deu o que tinha de dá, aqui nesse lugar,
Empresa nenhuma conseguirá se desenvolver.
Esse é o Estado que caminha no passo da tartaruga,
Rápido só em eleições como se esse fosse o único dever.
Encerro aqui esse discurso, pois quem fala de mais...
Mal fica em sua porta, pois sabe que a qualquer hora irá morrer.
Autor: Edu José