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A felicidade que eu preciso, é bem diferente daquela pela qual a maioria das pessoas clama. Eu não quero a euforia, quero a calma, a paz, as coisas mais simples. Sou feita de poucos amigos, pessoas chegadas, pequenos grupos. Não suporto luzes psicodélicas piscando com um som berrante que nos impede de pensar.

O que me deixa feliz, é olhar para o céu. Plantar uma muda de roseira, como eu fiz hoje; com as mãos sujas de terra, olhei para cima e vi um beija-flor no galho de árvore, me olhando, e pensei: eu estou feliz! A felicidade , para mim, são momentos de aconchego junto ao meu marido, é ler um bom livro, saborear uma boa comida, sentir cheiro de café pela casa, cuidar do que é meu aqui nesta terra.

Estou feliz quando ouço boa música, quando deito-me para dormir sabendo que cumpri meu propósito naquele dia, quando olho a paisagem à janela, quando preparo o jantar. Fico feliz à noite, quando levo minha cadela para passear, e a rua está deserta, a não ser pelas estrelas no céu e as casas, cujas luzes brilham através das vidraças.

Eu me sinto feliz quando, ao ensinar um aluno, percebo que eu consegui meu propósito, ele entendeu, ele aprendeu a usar uma nova palavra, a pronunciar, escrever, ouvir.

E eu me sinto feliz e completa quando escrevo.





Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 12/07/2012
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