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Jorge Leal Amado de Faria, nosso... “Amado Jorge”

Crônica de minha autoria em forma de poema, homenageando Jorge Amado. É utilizado como parte de tese de doutorado na Universidade Federal Fluminense.

Ver na página 66 do link

  http://static.recantodasletras.com.br/arquivos/5913689.pdf?1487690546



Baiano?
 

Conterrâneos deste mestre romancista que, de “Jubiabá” a “Farda Fardão...”, hipnotizou esta nação, me concedam o permisso... para dizer que não!
Porque “Jorge” nasceu em cada canto deste imenso país; portanto, para nós das alterosas, ele é mineiro, inclusive daqueles que jamais deixam uma frase sem o uai.
Ao postarmos a interrogação de norte a sul, encontraremos vinte e seis estados argumentando ser seu berço natal... E também o “Distrito Federal“, afeiçoando-se de forma incisiva, querendo apossar-se de nosso “Leal”.
Na “Academia”, teve aconchego especial, de sessenta e um a dois mil e um, sentou-se na vinte e três, cujo patrono era “José”, o nosso maior representante da corrente literária indianista brasileira, o grande Alencar aclamado por Machado,  que o alcunhou "o chefe da literatura nacional". Por quatro décadas, iluminou o então “Pavilhão Francês”, edifício que nos deixa na obrigação de um eterno agradecimento ao governo e arquitetura francesa por tal doação, que fez perpetuar nomes que abrilhantam nossa literatura.
Com seu ferrenho e ativo patriotismo, entrou para o campo político com a alma sem manchas e sorriso indulgente aos que se postavam em confronto ao seu socialismo, de perfeita adequação ao nosso povo naquela sua “Intentona Comunista”.
Mas seu instinto criativo, para nossa satisfação e orgulho que a Nação teria
deste filho ilustre, forçou o abandono deste caminho insistente em tirar nosso“Amado Jorge” das letras, e que lhe trouxe consagração eterna.
Quando houve dedicação contínua à arte que praticava com habilidade e
facilidade de malabares em picadeiros, caiu sobre o filho de João, que lhe entregou, de coração e razão, o sobrenome “Amado”. As glórias merecidas... Tendo ombrear natural com os grandes, não só da arte literária, mas também com os que davam brilhos a telas multicoloridas e admiradas pelo mundo, cujos pincéis e tintas eram ferramentas destes “Deuses” das artes plásticas e seu expoente maior era: Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria de los Remédios Cipriano de la Santíssima Trinidad Ruiz y Picasso, que, num resumo adequado, ficou “Pablo Picasso”, que, por inúmeras vezes, esteve diante deste escrevedor incansável.
Neste patamar onde só aos iluminados vem a permissão para ficar, os mecenas se acotovelavam para agora estender seus tapetes e honras, mas nosso romancista já não mais necessitava desta escada para ter sua obra divulgada, pois tinha a seus pés o povo e sua Nação, que insistia em reafirmar ser sua amada.
Ao discorrer sobre tão coroado vulto, vejo meu deslize com a intenção ingrata com os irmãos cujas praias, a estrela maior não a deixa ao longo do ano.
Portanto, me redimo e digo: é de vocês. E ninguém jamais ousaria contradizer as formosas Ilhéus e Itabuna, que cederam berços acolchoados para ninar este filho que estas duas mães querem legitimar, numa disputa louvável. Não aceitam serem madrastas; querem agasalhá-lo como sendo as que amamentaram aquele que ao mundo seus nomes, como estrelas de alto brilho, sempre mencionou.
Amado... “Jorge Amado”, tenha a paz eterna, é merecedor, pois aqui transitou com passos de grandes, sempre elevando a brasilidade à esfera terrestre, empunhando a haste que delineava páginas e páginas numa pluralidade que marcou para sempre nossas mentes com constantes e profundas saudades.



                                                         Abraão Leite Sampaio
 

Jorge Amado é homenageado em livro na 22ª Bienal de São Paulo     



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