A FELICIDADE

Os dicionaristas não se esforçam em definir a felicidade, considerando que o termo em si não tem uma explicação convincente. Cada pessoa busca a felicidade vendo-a sob um prisma particular. De modo geral, é representada por saúde, posses materiais e estabilidade familiar e afetiva. No entanto, mesmo as pessoas que têm isso tudo, ou até mais, estão sempre à procura de algo pleno, que talvez não exista. Sonhar e buscar parece ser próprio do ser humano.

Valoriza-se muito a aparência nos dias de hoje. Quem tem dinheiro gasta-o com roupas, cosméticos, academias e cirurgias plásticas. Os comerciais dizem: "compre, e seja feliz". E todos compram. Muitos querem mostrar-se perfeitos, ou melhor que os outros. Quem não consegue recorre aos remédios para depressão, que também têm grande saída.

A felicidade na maioria das vezes está lá adiante, no futuro. É preciso lutar para alcançá-la. Mas quando a meta é conseguida, o sonho morre, dando lugar a um novo sonho. O estudante universitário espera impaciente pelo dia de apoderar-se de seu diploma, mas quando consegue, os seus sonhos já são outros.

Felicidade aqui e agora, nas pequenas coisas, sem esperar muito do amanhã. Quem consegue viver assim, de modo simples, talvez não se angustie tanto. Mas essa receita não faz grande sucesso, pois a índole do ser humano é de lutar, de não acomodar-se num mundo que tem tanto a oferecer. A felicidade é ilusória, mas os prazeres da vida não. Feliz mesmo talvez seja o diabo, vendo que hoje ninguém mais acredita nele.

Egon Werner
Enviado por Egon Werner em 10/07/2012
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