O Tempo do Artista
 
Em que tempo vive minha alma portadora de um corpo limitado?

Hoje acordei refletindo sobre os ponteiros de meu relógio enquanto via o frio noturno sucumbir aos primeiros raios de sol.
Como “ser” não pertenço a tempo algum, apenas existo além de marcações e limitações; como espírito trago comigo registros de todos os tempos em que vivi, de todas as realidades que contemplei e como homem aceito as limitações do exato momento a qual pertenço hoje.
Cada ser humano parece ter um papel determinado desde o ventre de sua madre e este papel gira em torno de descobertas, para cada área uma função, um pensamento e um questionamento.
Se interesse pelas questões do universo, quando der por si estará deitado nos braços da matemática; pergunte-se e tente entender sobre o mecanismo da vida em todos os seus ambitos físicos, em breve irá inclinar-se às ciências biológicas; questione-se sobre a historia da humanidade e sua evolução, sobre seu comportamento particular ou em sociedade, não irá demorar até que esteja apaixonado pelas ciências humanas; vá além e tente compreender a vida além do corpo, a existência da alma e de Deus e com certeza encontrará refugio em alguma religião... E quando as perguntas são simples, mas apenas você tem as respostas, e quando o que quer explicar não está escondido por de trás de ciência alguma?
Eu encontrei um caminho... Sou poeta, sou artista, antes de qualquer coisa, antes de qualquer ciência, crença, questão ou certeza, eu sou poeta, da minha própria autoria, um monologo.
Tente explicar o que passa despercebido dos olhos de todos, tente explicar os sentimentos, tente dar vida ao que parece morto, ou matar o que se mostra vivo e imponente, e saberá qual é seu papel neste mundo.
Eis a minha questão:
Em que tempo vivo?
Não diferente de tempo algum, já pensei que vivia a frente de meu tempo, mas olho o passado e vejo que se tivesse nascido à alguns anos atrás eu conseguiria melhor usar a minha arte como ferramenta em pró da humanidade, então penso: “Talvez eu viva em um passado”.
Mas não, passado algum me guarda ou me retém.
Vivo como “ser”, apenas existo e isso basta, existo em um tempo onde os homens julgam-se mais espertos, mas escondem por trás desta esperteza um desespero por respostas, um desespero por paz, esse desespero todo faz dos homens presas mais vulneráveis diante o monstro da estupidez. Hoje as pessoas aceitam tudo que sirva de disfarce e que alimente com mais sustância suas características mais ativas, que são seus defeitos mais torpes, todos derivados da inclinação às paixões.
Então eu sei o que sou e em que tempo estou: 


EU SOU EXATAMENTE O QUE PEDE O TEMPO DE HOJE, EU ESTOU EXATAMENTE NO LUGAR CERTO, NO MOMENTO CERTO, OS HOMENS QUE ESTÃO NO PASSADO NEGRO DA IDADE MÉDIA.

E o maior reconhecimento que tenho como artista é o não reconhecimento neste tempo onde a grande maioria vive do subproduto da arte.
Sei que este é um pensamento abstrato e eu tenho certeza que ninguém realmente chegará ao verdadeiro sentido destas palavras, alguns darão suas interpretações, outros nem irão ler... Mas vamos e convenhamos, tenho de dar graças por ainda poder expressar o que penso e o que sinto como quero e da forma que quero!


Viva a democracia!!!
 
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 10/07/2012
Reeditado em 10/07/2012
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