O SERTO E O HERRADO
_ Alô!
_ Bom dia. Eu queria denunciar um crime mas não quero me identificar.
_ Ora Senhor? Ao meu entender você presenciou um crime?
_ Não, ele ainda irá acontecer.
_ E porque o senhor não o impede. Faça algo para evitar este mau.
_ Porque não saberia o que fazer e procurei os meios legais para que não aconteça a pior.
_ E porque o senhor não quer se identificar?
_ Ah. Temo por algum tipo de represália.
_ Entendo. Mas um policial também poderia "temer" uma represália, afinal ele também é um ser humano como você.
_ Ah. Mas ele é treinado, está amparado por uma instituição, ele saberia exatamente o que fazer.
_ O que o senhor entende por estar amparado por uma instituição?
_ Ah. Ele é um agente da lei, e sabe como agir diante de uma situação de perigo eminente.
_ Aproveitando que o senhor entrou neste campo, gostaria de perguntar-lhe como um policial deveria proceder num caso de perigo eminente a vida de uma vítima?
_ Ah. Ele deve proteger a vítima.
_ Sim. Mas se no decorrer desta proteção, o agressor for um menor, ou um maior que esteja ligado diretamente a você, um filho ou irmão. Ainda acha que o policial deveria proteger a vida da vítima? Ou neste caso deveria proteger a vida dos dois.
_ Ah. Claro que a vida dos dois, sou totalmente contra a violência e a favor da paz.
_ Sei. Suponhamos que neste caso, a vítima tenha cometido um crime grave contra o agressor, e num momento de raiva este resolveu fazer justiça com as próprias mãos.
_ Ah, Policial. Porque está me fazendo estas perguntas? Só quero de recebam minha denúncia.
_ Estou lhe fazendo estas perguntas, pois também temo pela minha vida, pelos meus filhos e família, também sou amante da paz, e também quero uma sociedade melhor.