C H U V A, o que me diz você?
Pela manhã mansinha, gotinhas leves e suaves, parecia pretender estar despercebida. Agora, início de tarde, precipita-se sobre flores, galhos e árvores e sinto certa atração de ficar sob você para conseguir entender ...
Engraçado tua vinda assim em jarrões em um dia que se aparentava suave, calminho, tolerante e sem ambições, ao menos aparente.
Tudo me parecia, neste domingo, ser terno e suave como uma brisa que de tão leve, parece esconder-se entre os pingos diminutos... Mas você veio com a toda... Toda?
Falei ao acaso e nem sei o que toda quer dizer.
Saudade, a chuva sempre traz saudades e muitas vezes não sei do que, de quem. Também melancolia por um momento que não vivi e não sei de quem viveu, tudo exasperadamente distante do meu entendimento.
Mas diga-me chuva, somente isso, se outra coisa não quer dizer: como devo estar ou ficar? Triste, alegre, ou indiferente? Indiferente não, por favor. Pois a indiferença é inércia, negação e não combina com o amor. E eu quero amar, querida chuva, mesmo que, para isso, sofra um pouco, mas sempre na esperança do meu amor evoluir e se tornar em algo tão lindo que suporte todas as dores, porque em essência o amor maior administra o dom de projetar, realizar e dar-se no máximo de si.
Boa tarde querida Chuva, que bom você ter vindo, criando a ilusão de que veio pra mim.