SAUDOSAS...!
SAUDOSAS...!
“Veiu os home cas ferramenta”
(Adoniram)
Já mencionei por diversas vezes, a grande afeição que nutria pela minha casa, na rua Guilherme Marconi, onde nasci.
Foi, nos primeiros 10 anos de vida, meu paraíso. Ali comecei a dar os primeiros passos. Ali passava minhas horas no pomar existente. Ali dei os primeiros chutes na bola. Ali fiz as primeiras lições... Enfim, ali comecei a alicerçar, a formar o homem que hoje sou! Como, então, deixar de ter esse canto como um lugar inesquecível? A casa em si, não era muito grande. Três quartos, sala de jantar, sala de visita, cozinha, copa, e um banheiro. Havia um porão, onde eram guardados vários objetos, como ferramentas, apetrechos de jardim, e alguns móveis encalhados.
O quintal, como já disse várias vezes, além do poço, e dos varais, tinha um pomar com os mais variados tipos de frutas. Por volta de 1950, meu pai adquiriu um Chevrolet 39, para nossa alegria. Havia necessidade, então, de se arrumar uma garagem. Como a frente para a Guilherme Marconi não comportava a abertura de um portão para tanto, e sendo a casa de esquina, abriu-se um para a rua Jorge Moreira. Logo depois, com o casamento de minha irmã, tendo ela morado, provisoriamente, numa espécie de edícula construída no fundo do quintal, optou-se por acabar com o pomar, e serem erigidos dois sobrados. Assim, mudamos para um deles e a Guiomar para o outro. A casa antiga, na esquina, foi vendida. Permaneceu ela, bom tempo, com nossos sucessores. Há questão de uns 2 ou três anos foi derrubada, e em seu lugar construiu-se um prédio com salas na parte de cima, e um salão no térreo. Lá se foi, para minha tristeza, minha saudosa residência.
Hoje, ao passar em sua frente, sinto um imenso vazio em meu peito, e me vem à mente, todas aquelas recordações de um tempo feliz.
Saudades!
o0o
Já citei, em determinada ocasião, que o tio Bernardino, irmão de meu pai, morava atrás da Igreja do Carmo, aqui no centro de Santo André. Inclusive, citei que vir até a casa dele constituía-se uma verdadeira viagem, naquela época de minha infância. Não eram frequentes nossas vindas. Em determinados domingos, quando todos os irmãos Lima se reuniam, então vínhamos à rua Dr. Albuquerque Lins, onde ela ficava. Posteriormente, com a ida para o colégio interno no Arquidiocesano, eu e o primo Hélio, passei a vir mais à miúde em sua casa. Não cito o fato de meu irmão Roberto e o primo Celso também irem para o internato, uma vez que eles pouco ficaram lá. Em 1957, com meus pais mudando para São Paulo, nos fins de semana não deixava de vir a Santo André. Aí, então, dormia na residência dos tios Bernardino e Ofélia. Com isso, essa casa passou a fazer parte de minha vida.
O Hélio formando-se médico, e seguido a especialidade de análises clínicas, montou o primeiro laboratório em sua antiga residência. Depois, com o crescimento do negócio, abriu outras unidades, e a da sua casa, foi abandonada. Por um bom tempo, permaneceu vazia.
Há questão de uns dois anos, a casa foi demolida, restando, hoje, apenas seu terreno.
Mais um saudoso espaço, que fez parte de meu passado, deixou de existir.
Mais um local de boas recordações!