INICIANDO UMA HISTÓRIA
A Ostra e o Vento - Chico Buarque
Vai a onda
Vem a nuvem
Cai a folha
Quem sopra meu nome?
Raia o dia
Tem sereno
O pai ralha
Meu bem trouxe um perfume?
O meu amigo secreto
Põe meu coração a balançar
Pai, o tempo está virando
Pai, me deixa respirar o vento
Vento
Nem um barco
Nem um peixe
Cai a tarde
Quem sabe meu nome?
Paisagem
Ninguém se mexe
Paira o sol
Meu bem terá ciúme?
Meu namorado erradio
Sai de déu em déu a me buscar
Pai, olha que o tempo vira
Pai, me deixa caminha ao vento
Vento
Se o mar tem o coral
A estrela, o caramujo
Um galeão no lodo
Jogada num quintal
Enxuta, a concha guarda o mar
No seu estojo
Ai, meu amor para sempre
Nunca me conceda descansar
Pai, o tempo vai virar
Meu pai, deixa me carregar o vento
Vento
Vento, vem
A MINHA HISTÓRIA
CAPÍTULO I
E me peguei a pensar e lembrar o tempo, tempo meu, em que eu existia e crescia protegida e desinformada de tudo. Protegida de quê? Desinformada por quê? Familiares nada informavam enquanto as mudanças se processavam, enquanto eu crescia e me transformava sem o perceber. Eu tinha que entender sozinha e quando pensava entender ou descobrir eu estava só assuntando e quase caindo em equívoco.
Então eu vivia e tinha meus códigos criados pelo meu bom senso e o conteúdo de leituras diversas, aleatoriamente lidas. Absorvidas. Uma construção insipiente e quase fora da realidade. Completamente alheia aos perigos que corria e desenvolvia o hábito da inocência e desconhecimento das coisas básicas e reais da vida.
Posso dizer que me foi roubada a verdadeira alegria da juventude?
Sim. Mas eu a substitui por outras alegrias por mim criadas.
Vou parar por aqui para não sofrer. Preciso dormir para ir cedo pro Sitio.
E dormir sem sofrer, por hoje.
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Obs : ESTOU COMEÇANDO A ESCREVER UM LIVRO AQUI NO RECANTO.Cada vez vou escrever um capitulo enquanto aqui no Recanto.E escreverei o restante do livro já fora do Recanto. Este vai ser o meu terceiro livro, uma espécie de biografia.
(Republicando o que só ficou no Rascunho)