LEMBRANÇAS INQUIETAS .
Ando pelo fim de tarde , como a esperar que as estrelas caiam do firmamento e venham se espalhar pelas ondas espumantes do mar arrepiado pelo toque suave da brisa.
Á cada pegada que deixo na areia morna,mergulho em mim mesma e vou me (re)descobrindo e (re) definindo o que nem ousava inquirir de mim.
Aos poucos abro as páginas mais brancas de minha alma e delas vejo que deletaram-se as poucas palavras insanas de amor e paixão.
O amarelecido das lembranças parecem véus de nebulosa saudade que se dissipam e se (re) criam como uma tempestade.
Posso ouvir no silêncio que grita uma voz que se (es)vai em ecos de
saudade.
A tarde já é noite e o céu ganha novos tons .
Sigo deambulando pela areia em busca de quem sabe um castelo que abrigue a mim e as minhas lembranças inquietas.
Um castelo que seja de areia e se (des)faça e se refaça á cada nova brincadeira, mas que guarde ao menos por instantes as muitas saudades que vieram á tona nesse fim de tarde.
Saudades requentadas , insanidades (re)vividas ou apenas lembranças inquietas ... quem poderá saber?!
Márcia Barcelos.
07/07/2012.