O 32ª. DIA COM OS AMIGOS – “ O BUMBA-MEU- BOI/ CHICO PEREIRA PESSOA, CORREDOR DO VENTO, MONTSERRAT. ” - PARTE 39
Meus amigos acordaram ainda impressionados com os “Folguedos”. Indagaram se o “Bumba – meu- boi” é realmente uma dança folclórica originária do Piauí. Eu expliquei que sim, mas há controvérsia. Alguns dizem que nasceu em Pernambuco. Como uma piauiense apaixonada pela minha terra, prefiro ficar com a hipótese daqueles que acreditam que essa dança folclórica que tem enredo e coreografia, surgiu no Piauí, embora o Maranhense tenha explorado mais que os piauienses essa festa que para ele e para os Amazonenses recebe o nome de Bumbá - “Boi Bumbá”.
Essa dança folclórica existe desde o século XVIII e tem um enredo. Tudo começou numa fazenda quando, Pai Francisco, matou o boi de estimação de seu Senhor para satisfazer o desejo de Mãe Catirina, sua esposa, que estava grávida e queria comer a língua do animal. Quando o dono do boi deu conta do sumiço, investigou os escravos, os índios, e descobriu que o Pai Francisco foi o responsável e o obrigou a trazer o boi de volta. Os Pagés e os Curandeiros conseguiram salvar o Pai Francisco ressuscitando o boi. Isso foi motivo de uma grande festa que se repete todos os anos no mês de junho. Hoje faz parte do turismo e do calendário festivo, piauiense, brasileiro e cada vez se torna mais rica em adereços e coreografias.
No jornal que circulou na mesa do café de hoje trazia uma notícia que também chamou atenção dos amigos visitantes. Eles leram que a atriz Regina Duarte para festejar seus 50 anos de carreira e 65 anos de idade estréia a peça (junho 2012), que ela dirige e atua, “Raimunda, Raimundinha”. E a novidade é que o autor dessa peça é o campo-maiorense Chico Pereira (1918- 1985). Ele foi homenageado no 10ª. Salão do Livro do Piauí – SALIPI ,. O piauiense deixou sua terra natal ainda jovem para estudar no Maranhão depois foi para Rio de Janeiro onde se destacou como dramaturgo, cronista, contista e como crítico literário atuou nos jornais Correio da Manhã e Diário Carioca. Meus amigos ficaram impressionados com a presença do Piauí em filmes, novelas e teatros.
Para aproveitar esses últimos dias no Piauí, mas precisamente em Parnaíba os visitantes saíram pela cidade fotografando os lugares históricos e pitorescos que ainda não tinham registrado. Eles ficaram impressionados com a pancada de vento presente na Rua Oscar Clark ao cruzar com Avenida Presidente Vargas. Eles sugeriram que poderia até ser considerado um ponto turístico de Parnaíba com o nome “Corredor de Ventos”. Realmente é um fenômeno excêntrico. Em qualquer época do ano a ventania naquele local é impressionante. As mulheres não sabem se seguram os cabelos ou saia diante do tamanho furacão. Acho que a sugestão dos amigos turistas procede.
Nessas andanças meus amigos fotografaram a Ermida de Montserrat que foi edificada em junho de 1711, pelo português João Paulo Diniz, com ajuda do Coronel Pedro Barbosa Leal e alguns moradores. Ela fica na Rua Duque de Caxias, nas proximidades do Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de Parnaíba – IHGGP. A imagem veio de Portugal e permaneceu aqui até que quando foi transferida para a Igreja Nossa Senhora do Carmo na cidade da Piracuruca no ano de 1712 com a intenção de preservá-la dos ataques dos índios Tremembés. Na Ermida existe uma réplica da Imagem, obra do artista plástico Charles do Delta. Em 2006 o empresário Morais Brito realizou um abaixo-assinado para retornar ao seu local de origem, a imagem de Nossa Senhora do Montserrat, a primeira padroeira de Parnaíba. Infelizmente até o presente momento (julho/2012) esse intento não logrou êxito. Expliquei aos amigos que essa Capela é propriedade de Diocese de Parnaíba, inventariada pelo Instituto do Patrimonio Histórico e Artista Nacional - IPHAN, protegida pelo Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de Parnaíba – IHGGP e foi conservada durante muito tempo pelo artista plástico Carlos Guido ( in memorian).
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Parte 39 do Livro “O Quinto” que está em fase de produção e sendo transcrito para o Recanto na proporção que escrevo. “ Bumba - Meu - Boi”. Parte 40 - Bandeira da Parnaíba, FEPEME, Calçadão Cultural.