OLHAR DAS CRIANÇAS

As almas não respiram em ambientes que não lhes sejam propícios e não vem nas trevas que cercam: rodeia-as de beleza e elas se ostentarão em toda sua pujança e em todo seu vigor, como corolas que se abrem a carícia do orvalho: “NINA AROEIRA.”

Vou contar pra vocês amiguinhos, uma história de um jovem médico cardiologista, recém- formado, que viveu momento de angústia. Verdadeiramente ALMA não se vê, mas sente como o VENTO.

Uma criança tem que ser respeitada. Como pedir ou obrigar alguma coisa, se você está com o interior vazio e não sobra nada útil para oferecê-la? Chibata! Só para os pais neófitos. Que diferença da farda do bombeiro e da polícia? Uma salva, alivia! Outra reprime. Porque o policial que têm boas maneiras, levam de vez em quando a pior. Que matéria são feitos? A vida é assim: Só alguns têm “mãos afeitas aos carinhos.” Médico e poeta ANTÔNIO ROBERTO.

EDUCADORES! Conversar carinhosamente como se eles fossem adultos, contando coisas edificantes, levando-as aos eventos próprios da sua idade para que consigam crescer por dentro. Voltando ao recém-formado, que foi buscar sua filhinha de três aninhos na creche, de primeiro mundo, só pais aquinhoados. No doce enlevo de papai amoroso, muitos beijos, sorrisos e abraços. Logo ficou emocionado, quando deparou com uns olhos TRISTES de um baixinho. NÃO É XUXA? Espantou ao ouvir uma voz linda gritando: “Moço me coloca no seu colo!...”

Sentiu como seus pacientes, forte dor no peito, balbuciou algum carinho e saiu com o rosto molhado de lágrimas . Ah! Mãezinhas que pena que nossas crianças estão a mercê dos desencantos da VIDA. Os pés descalços, braços nus de C. de ABREU, acabaram!

A infância, pelos noticiários, maquinas, não encontram o verde das matas. O jeito é ficar olhando pela rede de proteção, graças a Deus existem. Mas trancados como bichinhos de estimação. Vivem na “selva de pedra”, já tivemos uma novela. O Neruda no seu poema, disse que a rosa nasceu na pedra. O poeta sabe explicar. Já falei sobre isto, não sei se acertei. É a lei do progresso, precisa quantas descobertas. Os tempos mudaram. É lindo ser grande profissional, mas é preciso dar um duro para cantar a canção de ninar. Eles sentem falta do anjo guardião. Chegam mortos das horas que ficam sob altas disciplinas. É só no lar o tempo que se é feliz, porque não conhecem o mundo que como diz o salmista “é um abrir e fechar de olhos”. Gritar, pirraçar é o único jeito de expressar o íntimo. Paciência, “larga o chinelo mamãe!” ELE É FEIO E DÓI...

Acabou a “MÃE PRETA”. Embalava o filho branco do “sinhô”, enquanto o seu amor deitado na fria esteira esperava para sugar as gotas que sobravam. Quando sobravam!

Diferença só pele, porque o sangue das duas mães é VERMELHO e o leite, da mesma cor que Maria Santíssima amamentou Jesus, tão branco como suas vestes de luz.

Morreu na cruz. Nos deu exemplo de PAZ, AMOR, CARIDADE e FÈ.

Lembrar do Poeta dos escravos, CASTRO ALVES:

Senhor basta a desgraça

De não ter pátria nem lar.

De ter honra ser vendida

De ter alma nunca amar.

Deixai a noite que chora

Que espera ao menos a aurora

O ramo seco uma flor.

Deixai o pássaro ao ninho.

Deixai a mãe o filhinho

Deixai a desgraça o amor.

O amor cobre multidões de pecados (Ap. Paulo).

OLHAR DE CRIANÇA

Olhar de uma criança,

Doce estrela a volitar

Enfeitam nossos sentidos,

No céu voando a brincar.

Inocentes e tranqüilos.

Nos mostram anjos e flor.

Tirando nossa tristeza

Sofrimento e dissabor.

Esfarrapado sem roupa,

Pretinho, branquinho é luz.

Sozinhos? Mesmo que sofra,

Os benfeitores fazem jus.

Recebam esse poema da vovó JuniaRios, obrigada pela atenção e carinho. Abraçados e sentindo que o Brasil está agora voltado para a caridade, amor e proteção aos famintos de pão e de afeto.

JuniaRios.

Junia Rios
Enviado por Junia Rios em 06/07/2012
Reeditado em 30/12/2013
Código do texto: T3763502
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