O TRIGÉSIMO PRIMEIRO DIA COM OS AMIGOS – “ CENÁRIO DE FILME” – OS FOLGUEDOS - PARTE 38

Durante o café da manhã do trigésimo primeiro dia dos meus amigos em solo parnaibano, o assunto que predominou foi a estada do ator e cineasta Paulo Betti na capital e em algumas cidades do Piauí, inclusive Parnaíba.

Conforme noticiava o jornal que passava de mão em mão durante o desjejum Paulo Betti esteve em Piripiri e nas Sete Cidades no ano de 2007 para gravar cenas da novela da Globo, “Sete Pecados”. Nessa ocasião ele ganhou do então governador do Estado Wellington Dias um livro de autoria do Conselheiro Tribunal de Contas do Estado do Piauí, Anfrisio Lobão, que trata da história de Mandu Ladino, um índio piauiense que foi um grande líder e tentou proteger as tribos indígenas dos colonos e fazendeiros durante o século XVIII.

Conforme depoimento do autor e cineasta, publicado em portais e jornais, desde que ganhou esse valioso presente não conseguiu parar de ler. Ficou deslumbrado com a resistência dos índios a não ceder facilmente o seu espaço. Achou que aquilo parecia uma novela e veio a ideia de dirigir e atuar no filme baseada na história de Mandu Ladino, herói desconhecido. Lembrei aos amigos que no café da manhã que antecedeu nosso passeio a Lagoa da Prata ( Parte 31) eu contei rapidamente a história desse grande líder que lutou até morrer para preservar sua gente, os índios.

Paulo Betti afirma que o filme deverá estar pronto entre 2013/ 2014. Para tanto ele veio ao Piauí ( junho/2012) acompanhado da família e visitou as cidades de Campo Maior, Piripiri, Parnaíba e Teresina para estudar o local das filmagens e calcular os possíveis custos. Ele fez uma parte do roteiro que meus amigos também já fizeram. O cineasta com a esposa, a artista plástica, Mana Bernardes e as duas filhas Juliana e Mariana foram a casa da rendeiras na Ilha Grande do Piauí, a Pedra do Sal, ao Delta, curtiram o complexo Porto das Barcas, o Bar do Teófilo.

Meus amigos vão retornar contando muitas coisas do Piauí. Agora ele virou cenário de novelas (Cheia de Charme e da nova novela Gabriela ambas exibida em 2012 pela Globo) e filmes. Eles lamentam deixar a nossa terra. Dizem que vão voltar e trazer amigos. Ventilaram até a possibilidade de morar aqui. Breve seguiremos com destino a Teresina. Lá passaremos dois ou três dias tempo para que eles conheçam um pouco da capital do Estado do Piauí e depois cada um pega o seu vôo com destino as suas origens.

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Eles aproveitaram o dia de hoje para as compras. Chegaram cheios de pacotes e cuidaram de embalar tudo para a viagem. Vão levando muitos produtos artesanais, as rendas da Ilha Grande do Piauí, sacolas de palha de buriti, bolsas feitas de palha da carnaúba e também doces de buriti,de caju, redes, castanha, não sei se dará certo levar a cajuína e cachaça mangueira. O caranguejo eles vão levar congelado, enrolados no jornal dentro do isopor. Os sapotis não podem ser maduros, no máximo de vez, são enrolados também em jornais para melhor proteção.

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Copiaram no lap top várias receitas da nossa culinária. Perceberam que nós não temos um prato típico, assim como baiano tem o acarajé, o capixaba tem a moqueca e o maranhense o arroz de cuxá. Nós diversificamos o nosso cardápio. Copiamos um pouco de tudo. E agora com a modernidade o fogão a lenha, a panela de barro, os tachos de cobre, foram substituídos por utensílios mais leves e práticos. Isso não diminuiu o sabor das nossas iguarias, porque o segredo está na mão do piauiense que faz, no leite do nosso côco e no azeite do nosso babaçu. Nosso povo cozinha bem. Não é a toa que na novela “Cheia de Charme” da rede Globo o Naldo encanta a Chayne com a gastronomia piauiense.

A noite o programa foi os Folguedos. Eles adoraram as barraquinhas com comidas típicas. Comeram bolo de milho, pé-de-moleque, canjica com canela, a pamonha enrolada na folha do milho, a cocada, a tapioca recheada com queijo de coalho e beberam o aluá. As festas juninas fazem parte da programação da Prefeitura Municipal. Todo ano no quadrilhódromo tem apresentação de quadrilhas, bumba -meu – boi e uma exposição da culinária típica. O Bumba – meu – boi é uma dança popular própria do nordeste. Eles dançam dentro de um ritmo próprio, tem um figurino colorido, enfeitado de fitas e espelhos e as personagens são específicas. Como por exemplo, a Catirina, o Chico Vaqueiro e vários doutores. É sem dúvida muito interessante e divertido apreciar esse espetáculo que é feito com música e uma linda coreografia. Oportunamente contarei o enredo dessa história com detalhes.

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Parte 38 do Livro “O Quinto” que está em fase de produção e sendo transcrito para o Recanto na proporção que escrevo. “ Parnaíba cenário de filme – Os folguedos”. Parte 39 - Bumba- meu - boi, Chico Pereira, Corredor dos Ventos, Capela de Monserrate.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 04/07/2012
Reeditado em 12/07/2012
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