RADIO NOVELAS

Atualmente as novelas televisivas são, de longe, as maiores atrações na telinha da Tevê, como se diz por aí, elas foram chegando devagarinho no inicio da década de sessenta, primeiro nas grandes metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, espalhando com rapidez, sendo apresentadas por todo o nosso país, ganhando popularidade e até certo vício entre os telespectadores, quer adultos como crianças.

Bem, divaguei um pouco para abordar o assunto: Radionovelas. Pois é, o rádio era a principal diversão das senhoras e jovens românticas desde o início do século vinte, relatos de minha avó Antônia, tia Zilda, Tia Nenzinha e da minha mãe Paulina, esta última mais timidamente, deixaram claras a predileção das mulheres da época.

Lembro-me muito bem que, ao cair da tarde, já escurecendo, após o jantar, elas já iam se achegando no canto da sala da pensão da vovó aguardando o início do capítulo do dia. Nós os netos e as crianças presentes éramos advertidos a fazer silêncio ou ir brincar lá fora, pois apesar de estar bem escuro o luar era lindo, quase sempre, o que tornava mais prazerosa as nossas brincadeiras.

A cidade inteira, estou falando de Ipameri-Goiás, nossa cidade, ligava o rádio na hora das novelas, nunca me esqueci de uma delas: O Direito de nascer durou mais de dois anos nas ondas do rádio, sempre com apresentação diária, a vovó comentava cada situação quase toda hora com alguma filha ou amiga. Perder um capítulo, nem pensar! Os compromissos eram marcados sempre para depois da abençoada novela.

Hoje fico imaginando como seria a vida delas com tanta tecnologia. A minha querida Tia Zilda nunca acreditou que o homem foi na lua, de nada adiantava as explicações. Deve ser muito bom ser pura e limpa de coração como ela. Saudades...

A não menos querida tia Nenzinha era muito inteligente e sempre discutia com ela sobre a sua incredulidade a respeito de muitos assuntos. Saudades também...

Quero esclarecer, que as tias Zilda e Nenzinha já eram casadas, sendo que a tia Zilda morava em Pires do Rio-Goiás, cidade também da região da estrada de ferro, mas visitava sempre sua mãe e parentes em Ipameri-Goiás e era uma festa para nós, a gente queria ficar na pensão da vovó o tempo todo, e, imagine era uma grande alegria ficar ouvindo as novelas, só que tínhamos que fazer silencio, o que era bem difícil. Nossos primos e primas, meus irmãos e eu agitávamos o pedaço.

Voltando a realidade, digo assim porque parece um sonho ter vivido naquele tempo, vamos nos deliciar com as grandes produções que hoje são ao vivo e a cores, sabendo selecionar.

Goiânia, 20 de abril de 2011. Sônia

Legenda e referências pessoais:

Ipameri- Goiás – cidade do interior;

Pires do Rio-Goiás – cidade do interior;

São Paulo- Rio de Janeiro e Brasília- Capitais;

Antônia Pedroso de Moraes – minha avó paterna;

Zilda Paranhos – minha tia, irmã de meu pai;

Alice de Moraes Jordão- minha tia Nenzinha, irmã de meu pai;

Paulina de Souza Moraes- minha mãe;

Para meditar:

“OUVE, Ó Deus, a minha voz na minha oração; guarda a minha vida do temor do inimigo. Salmo 64, vs, 1.

Sônia Pedroso
Enviado por Sônia Pedroso em 04/07/2012
Código do texto: T3760555
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