Relatos de um Súdito

Nesta semana, minha querida Princesa do Sul estará de aniversário e haverá uma grande festa para comemorar seu bi-centenário muito bem vivido.

Este súdito que vós escreve vive a seu lado há quase 30 anos e lembro a primeira vez que a vi em sua magnitude beleza.

O ano era 1984. Uma época em que este humilde servo estava perdido e condenado a vagar de um lugar a outro. Mas foi graças a ti, minha amada, que encontrei a alegria e a força necessárias para viver e vencer meus desafios nessa magnífica cidade.

Durante a infância, andei pelas suas ruas que contam histórias e brinquei em seu maravilhoso quintal muitas vezes, tantas que até perdi a conta.

No trajeto da minha vida, conheci outros súditos seus que me ensinaram a te entender e a compreender melhor seus anseios, seus feitos e também suas dores.

Quantas vezes visitei seus casarões para conhecer um pouco mais seu belo passado, sua biblioteca para pesquisar o que você registrou nos seus queridos alfarrábios e seus clubes para me divertir e contemplar sua bela dança e seu porte de rainha?

Isso sem falar nos doces que você faz com tanto carinho e dedicação para este súdito que os aprecia com muita alegria.

O tempo passou. Este arauto cresceu e se tornou um homem de palavras, minha amiga, mas ainda continuo a seu lado aprendendo seus segredos e contemplando sua beleza em suas fontes e praças, onde sento em seus bancos e digo aos súditos de outros lugares que estou aqui só pra te ver de novo.

As suas praias são tão belas que este fiel amigo resolveu se fixar nelas só pra olhar a lua que ilumina suas lindas ruas e avenidas.

E hoje, quando tu fazes mais um aniversário, sigo te reverenciando a cada bairro que ando e a cada rua que atravesso.

Se te critico ás vezes, minha alteza, não me leves a mal. Só quero apenas que tu fiques mais bonita do que és.

Beleza esta que é eterna e que encanta a todos seus humildes súditos, como eu.

E é por estas e por outras tantas coisas que me ajoelho humildemente a seus pés e ofereço o tão pouco que tenho a dizer. Mas tenho certeza que estou muito feliz de servi-la e com um orgulho imenso, digo do fundo do coração e da minha alma estas palavras:

Parabéns, Pelotas, pelos seus 200 anos de vida.

Parabéns, Princesa do Sul, este súdito te saúda.