Guerra junina

Acontecia em junho; riscos de luzes cortavam, ou até mesmo atingiam os santos, de qual santo era o dia? Obuses acendiam fogueiras no chão e o chão fervia, vítima do turbilhão.

Literalmente pé-de-moleque, ou pé-de-alguma idade saltavam a fogueira; bandeiras içadas gritavam palavras de ordem e “Meu Deus” era chamado em desordem.

Como tanta gente dormia com tamanho barulho? Como tanta gente fugia no momento de espocar os fogos?

Quantas cesarianas se repetiam, barrigas abertas e tão pouca gente nascia; quantos correios nada elegantes anunciavam que alguém não mais chegaria

Que a figura querida não se prenda à saudade; que no dia de um Santo Qualquer a prenda seja a disputa, e não em luta, arrematada e não arremetida.

Em apelo de fé, em clima quente, não aquecido pelo quentão; salvem-se os homens por si, ou em procissão, no dia de Santo Antônio, ou Pedro ou João; sem o arrojo da guerra; salve o santo com rojão

Em tempo:Uma aluninha, Ariadne, me pediu um texto com tema- Guerra, ficou pronto...é para você Ariadne

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 04/07/2012
Reeditado em 05/07/2012
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