PROVOCAÇÕES GRATUITAS

Sempre lemos, vemos e ouvimos em algum meio de comunicação que ninguém está isento de um encontro inoportuno, principalmente quando traz no seu bojo uma finalidade espúria e violenta, como um golpe, conhecido como 171, um assalto, sequestro, roubo etc. Isto, amiúde, fica na nossa memória como algo teórico e lamentável e sempre achamos que isso só acontece mais com as outras pessoas e dificilmente vai aconecer conosco. Puro equívoco. Ora, isso é uma questão de lógica. Pois, se ninguém está isento, logo mais dia, menos dia, pode sim acontecer a qualquer pessoa, lamentavelmente.

O fato que ocorreu comigo, graças a Deus, não teve nada assim de tanta violência, mas foi um pouco constrangedor. Cogitei, posteriormente, como um prenúncio de que algo pior poderia ter acontecido comigo se tivesse revidado àquela provocação gratuita, ou seja, um insulto inoportuno. Mas vamos ao fato em si:

Estava eu na fila de uma casa lotéria aqui do bairro onde moro. Logo, sou muito conhecido por todos deste local. Apesar de vez em quando, principalmente quando a fila está pequena, uma funcionária procura puxar um assunto que não esteja relacionado a jogo ou pagamento, logo procuro disfarçar e procurar sair logo, gentilmente, para não deixar ninugém na fila impaciente, ouvindo algum tipo de picuinha. Sempre é bom não darmos motivos para motivos para reclamações de terceiros. Afinal, quase todo o mundo hoje em dia anda com muita pressa. O tempo sempre é muito precioso.

Só que , voltando ao que aconteceu comigo, o qual só não foi às vias de fato porque no ato me lembrei de dois adágios populares, os quais me salvaram de algo pior. São eles: "Quem muito se abaixa, a bunda aparece" e "Quem se junta aos porcos, farelos come". Sendo assim, tão logo percebi que aquele indivíduo estava a fim de me provocar, arrumar alguma confusão com aqueles insultos baratos, como se fosse uma isca sórdida, pensando que eu fosse revidar, dei apenas uma olhada de soslaio para o dito cujo e deixei aquele local, mas não me esquecendo de olhar de vez quando para os lados. E finalmente, indagará o leitor, quais foram as provocações e o que realmente ocorreu naquela ocasião? Contarei sim:

Faltando apenas uma pessoa para ser atendida, já percebi logo que aquele panaca, cujo parceiro tinha ido ao banheiro,disfarçando quem sabe uma estratégia para agir no momento adequado, repito, aquele indivíduo ameaçava passar na minha frente, isto é, furar a fila só para me provocar. Quando chegou a minha vez, tão logo a simpática funcionária enquanto registrava as minhas apostas conversava comigo, parece que isto irritou mais ainda o dito cujo, que passou a falar: "Que demora!", "vamos logo com isso!" "Deixa de papo furado" etc etc. Fingimos não ouvir. Quando acabei de ser atendido, ao deixar o guichê, apenas o encarei e neste momento o sangue subiu e, sinceramente, se eu tivesse outro temperamento, imagina você o que teria feito naquele momento!...Bem, o certo é que deixei para outra pessoa fazer isto em meu lugar. Só que faço votos que isto não venha se concretizar. Afinal, violência gera violência.

JOBOSCAN DE ARAÚJO

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 04/07/2012
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