“Colcha de retalhos. Um confronto temporário.”

Quando eu resolvi viajar com meus amigos para a Europa, fiquei tomada por uma angustia, mas era preciso encontrar um jeito de me acomodar a tudo que me esperava fora do meu país, “Brasil.” Pois, iria viver dias diferentes, daqueles que estava acostumada.

Mas pensava, seja qual for o costume dos brasileiros, ele se acomoda, e vive o seu presente. E ao lado da esperança, no presente e no futuro, embarquei para a Europa. “Parecia inacreditável” eu disse para a minha colega, eu nunca estive tantos quilômetros acida da terra! E a temperatura, nem se fale, esta a baixo de zero grau. E naquela minha emoção, lentamente ia me adaptando com tudo o que era relacionado com a viajem, porque perder o controle nem pensar. Eu sabia, que a nossa mente, aceita o queremos para nós. E assim, eu tinha que assimilar com os fatos, tinha me proposto aquilo, uma viajem que seria inesquecível. E dentro do avião, apesar das turbulências, achava que o encanto não devia acabar, estava valendo a pena. Depois de algumas horas de voo, a nossa refeição foi servida, é tudo era novidade. Mas olhando aquela comida eu vi, que ali iria começar, o que eu estava ficando bem distante de mim “?” E assim a brincadeira começou, quando alguém falou, a partir de agora se prepare, só vamos comer macarrão, o macarrão da mama!

E agindo desta forma, a brincadeira ia longe, e todos riam. Eu também não ligava se seria só macarrão. Pois eu adoro macarrão. E quando desembarcamos na Itália, a nossa alma chorou de alegria, estávamos todos juntos, brincávamos e sorriamos, não estou acreditando que estamos em solo Italiano, eu disse, e pensei num território de emoções, que se dissipou para muitos italianos, que embarcaram para o Brasil. Mas hoje minha mãe “ Leonidia Donatello ”, presto uma homenagem a tantas pessoas, pois encontrei este pequeno tempo de poder chorar minhas próprias lagrimas, de lembrar dos meus antepassados, de nunca mais puderam, voltar para sua Pátria. Um conforto temporário veio por um instante, pois ajudei meus entes queridos, que já não estão mais aqui, a não perderem sua identidade, no caos de um túmulo, pois não iriam esfacelar, a colcha de retalhos, de suas personalidades. E diante de tudo que via e pensava, por um tempo, pude aspirar o seu perfume, um perfume que, quase, se igualava com o nosso, o “ Brasil” . Um cheiro bom, de uma terra, que, compartilha amizade, carinho, e com o meu testemunho, que fez que fosse preservado, a altura. De povos, que apesar de distantes, valeu a pena viver. E assim, das minhas marcantes limitações, gostaria de dizer, que a minha dor e as minhas lágrimas, fossem um testemunho, e que eu e meus amigos, passamos por uma experiência em que, não, és apenas o mais belo solo, tu eis a reconstrução intima, de um trabalho feito por gerações, de mil anos, um exemplo vivo, do que pode ser feito. E assim seja qual for à devastação, tenho hoje mais forças para viver o presente. Eu consegui o que muitos procuram, a razão que aponta em um sentido. “Os sinais da presença de Deus ao meu lado.” E agradeci por está dádiva. A esta possibilidade. Não fiz planos, mas soube entender os sinais. Herança que vou guardar com carinho. Pois não tem preço, Deus semeou para mim, a veracidade, a transparência, a humildade, a franqueza. E sem dúvida alguma, ele preparou para mim este desafio, ir além de minhas posses. E se o destino fez com que eu descobrisse toda a beleza da Europa, com os meus olhos. O meu coração me fez enxergar. Que segredo está acima do mais pequeno sonho, até aquilo que não sonhamos para nós. E assim antes de marchar em direção a seu império, devemos governar o nosso próprio reino. Muitas coisas boas são perdidas, porque alguém, não as que. Mas, as coisas boas são suas por direito. E, se você, pede coisas esplêndidas, você não é digno delas.

E assim por diante, em qualquer nível, não importa.

“Somente os bravos merecem o que é justo.”

Diz o provérbio.

E por fim, termino dizendo que; Eu não poderia imaginar, que iria dar tudo certo. Mas foi bom de mais!!

Neire Lú

03-07-2012