Praça do Jardim com um lindo coreto!!
Toda a cidade do interior quer do nosso querido estado de Goiás ou dos demais estados do Brasil tem uma praça principal no centro da cidade, rodeada de árvores frondosas, jardins floridos, bancos de cimento espalhados por todos os lados e um lindo e charmoso coreto. Estou falando, já perceberam, dos idos anos do século passado, mas que até hoje persistem, vencendo o tempo, a história e a modernidade.
Ipameri, cidade do interior de Goiás, na região da estrada de ferro, não era exceção, bem no centro da cidade lá estava ela, a nossa praça maravilhosa, linda, florida, bem cuidada, abrigando todos os sonhos e alegrias como se tivesse coração, porque vida ela tinha. A natureza foi pródiga, iluminando com raios coloridos vindos todos os dias do céu, onde nosso Deus abençoava os habitantes de nossa querida cidade de Ipameri.
Nunca esqueci um banco de jardim que ficava perto do coreto a esquerda de quem subia na praça, ela não era plana, era e é um pouco inclinada de cima para baixo. O tal banco era ladeado por plantas verdes, como se fosse uma cerca, nem preciso dizer que era o preferido dos namorados, era lindo, tão romântico, tão acolhedor, tão distante de tudo que acontecia em derredor. Confesso que desejei muito crescer, ficar uma mocinha casadoura para poder um dia também sonhar acordada junto a alguém especial.
Realmente gostaria de dizer que meu sonho se realizou, tentei, mas não aconteceu nada que mereça ser lembrado, a não ser alguma troca de palavras ou olhares com algum jovem bem apessoado como se dizia.
Mas, chega de devaneio. O coreto continua lá, bem cuidado e naturalmente testemunha de grandes eventos, de brincadeiras de crianças, de pais empurrando carrinhos de bebê, mães procurando filhos pequenos fujões, vovós preocupadas, amigas discutindo, relacionamentos desfeitos, reconciliações, lágrimas e risos.
Em volta da praça, tinha uma calçada larga onde todos, quer jovens, adultos ou crianças ficavam dando voltas, cruzando uns com os outros, namorados passeando de mãos dadas e fofoqueiros de plantão procurando novidades para apimentar as relações com amigos e vizinhos, mas tudo tão sem maldade tenho certeza.
As residências que ficavam em torno da praça eram muito bonitas, prédios bem construídos e no domingo quase todas as famílias que tinham o privilégio de morar ali, colocavam as cadeiras nas calçadas e ficavam, por horas e horas, apreciando o vai e vem nos jardins da praça e também os que transitavam indo para a missa ou para as igrejas evangélicas.
Confesso que não era agradável para uma adolescente tímida passar em frente a essas cadeiras ocupadas por adultos, mas não deixava de ser gostoso, quase sempre éramos interpeladas com gentileza como estava nossos pais e avós e sempre ganhávamos algum elogio ou éramos totalmente ignoradas.
Quando terminava a sessão de cinema começava então o esperado vai e vem. Os rapazes ficavam de lado formando um grande corredor onde as mocinhas passavam pra lá e pra cá, flertando com os rapazes e geralmente era iniciado nestes passeios um namoro que quase sempre acabava em casamento.
Espero ter feito muitos, conterrâneos ou não, lembrar-se de alguma situação vivida, que mereça uma saudade...
Quero esclarecer que a mamãe, Paulina, só deixava a gente ir para a praça, meus irmãos e eu, após o culto da noite aos domingos em nossa Igreja. Para nossos pais a ida a Igreja vinha em primeiro lugar, a gente agradece...
Deixo a todos um versículo bíblico: “Alegrei-me quando me disseram vamos a casa do SENHOR “ Salmos 122, versículo 1.
Goiânia, 02 de maio de 11.
LEGENDA:
Paulina: minha mãe, Paulina de Souza Moraes;
Nossa Igreja: Igreja Presbiteriana de Ipameri Goiás;