LEMBRANÇAS DE MINHA INFÂNCIA

Por inúmeras vezes fico em silêncio, recordando-me de uma das fases mais importantes de nossas vidas, a infância. É uma fase onde podemos fazer quase tudo, fase onde somos atores, inventores, poetas, fase sem aquela tal de responsabilidade para nos preocuparmos.

È uma etapa gostosa para quem vivenciou e soube aproveitar. Lembro-me de muitas brincadeiras que, a geração de hoje nem se quer sabe que existiram.

Brincadeiras como: amarrar latas de leite ou garrafas de água sanitária uma atrás das outras que, fingíamos ser um carro ou uma scânia, fazer um furo no meio de duas latas de leite ninho e colocar uma corda de nylon e usar como sapato de lata, cortar um pedaço de tábua e com quatro rolimãs criar uma patinete, com uma roda velha de velocípede e um pedaço de ferro com a ponta dobrada criar um guiador, amarrando tiras de borracha de câmera de ar de pneu em uma forquilha de galho de árvore virando um badogue ou estilingue, um pedaço de ferro com a ponta afiada fazer um fura pé, bolinhas de gudes, bate lata, o baba, soldado em revista no quartel, guerror, triscou pegou, detetive, jogo das letras etc.

Lembro-me dos anos 70, quando aos domingos no largo do Curuzú organizávamos o nosso tradicional torneio de futebol, entre os times do Pacífico, Bahia, Vitória e o Palmeiras. Era um dia festivo onde nos reuníamos para jogar bola, a rua era toda enfeitada e marcada com areia as delimitações do campo, os gols eram marcados com tufos de capim. Os vizinhos e amigos se concentravam em cima dos passeios para torcerem, em fim era um dia de domingo muito divertido. No final da tarde depois do banho nos encontrávamos para a resenha do resultado das partidas uma gozação sadia rolava solta com a alegria dos ganhadores e o choro dos perdedores, mas no final de tudo o fortalecimento de nossa amizade era celebrado. Éramos crianças e adolescentes normais, que respeitávamos nossos pais e vizinhos e nos divertíamos enormemente. Foi uma época em que tomávamos benção, dávamos satisfações aos vizinhos, quando nos perguntavam para onde íamos, oferecíamos o lugar nos coletivos para os adultos por questão de educação e não por decreto.

Diferentemente da realidade dos jovens atuais, onde na grande maioria as nossas crianças e adolescentes já não brincam mais como antigamente, Ou por falta de espaço e segurança para suas brincadeiras, ou por conta do avanço tecnológico (vídeos games, computadores, internet etc.) ou pelo enveredamento no caminho do crime, com o envolvimento no uso e tráfico de drogas, culminando com infelizmente nas mortes da maioria dos jovens e o aumento desenfreado da violência em nosso país. Apesar de toda a divulgação através da mídia das notícias sobre mortes de jovens, por conta do envolvimento no mundo do crime e especificamente no mundo das drogas, os números dessa estatística têm aumentado assustadoramente tornando-se um problema social e por que não dizer de segurança nacional.

È obrigação da sociedade se indignar com essa realidade e cobrar dos nossos parlamentares uma mudança urgente em nossas leis (código penal e ECA), tornado-as mais duras e severas, tanto para os adultos, quanto para os adolescentes e acabar com as demagogias e as hipocrisias existentes por parte de pessoas influentes do governo.

Essas atitudes acontecendo efetivamente, acredito ter enormes perspectivas de chances de salvarmos os jovens atuais e seguramente a geração futura, oferecendo uma melhor qualidade de vida para a maioria da população brasileira e especialmente a camada mais pobre dela que, carece de uma melhor assistência por parte dos poderes públicos.

Carlos Souza

CSouza
Enviado por CSouza em 02/07/2012
Reeditado em 20/04/2015
Código do texto: T3756157
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