Os bailes do Joquei Clube de Ipameri-Goiás!
Quando me propus a escrever sobre esse tema, dei um suspiro tão profundo que achei que seria melhor parar com essa ideia e deixar para depois, mas... Vamos lá! Confesso que não foi por ter más lembranças e sim por elas serem tão maravilhosamente vivas, tão palpáveis, tão especiais, que as palavras fogem do real e partem para o imaginário, como se tivesse existido apenas em sonhos que todos nós, seres humanos, guardamos no mais profundo dos nossos corações. Já vi que romantismo não tem idade, mas sim muita saudade.
Bem, Ipameri Goiás, cidade do interior do Estado, na década de cinquenta já era considerada a sala de visitas de Goiás, a cidade era muito movimentada em vários aspectos, mas, socialmente falando, as festas eram sempre lindas e organizadas pelas ilustres senhoras da sociedade local com bastante esmero, o resultado não podia ser outro, verdadeiros cenários de sonhos, onde eram abrigadas todas as ilusões das moças e rapazes naquela idade que, era considerada a melhor, ou seja, a mocidade tão esperada e ás vezes até temida, pois muitas vezes eram nos bailes que nasciam as esperanças e morriam os mais lindos sonhos que hoje parece tão distante.
O Jóquei Clube de Ipameri era e é uma construção majestosa, uma arquitetura digna da época, mais parecia um castelo de conto de fadas, muito bem cuidado e, foi palco de eventos imponentes, importantes, bailes de Réveillon que não ficava devendo em nada aos ocorridos em capitais e cidades grandes por esse Brasil á fora.
As senhoras e as moças da cidade faziam jus á fama de serem muito elegantes e, seus trajes eram realmente á rigor como pedia a ocasião. Os cavalheiros, não deixavam por menos, envergavam aquele smoking ou terno, dependendo da festa, com a maior elegância.
No fundo do baú de minhas lembranças estou vendo a mamãe Paulina se arrumando toda, ela não precisava de muita coisa para realçar sua beleza, como era linda! Não falo por ser sua filha, tenho certeza que quem ler estas mal traçadas linhas e que viveu naquela época e conheceu a mamãe vai me dar razão. Citei o nome dela, homenageando á todas as belas senhoras e moças de Ipameri nos anos considerados dourados.
Não posso nomear uma ou outra pessoa da nossa querida cidade que sempre brilharam nas festas, quer bailes, casamentos, formaturas, aniversários de casamento e uma série de solenidades, para não incorrer em erros ou esquecimentos, mas tenho vívido na memória a beleza de cada uma e sempre soube que um dia chegaria nossa vez, que ainda éramos crianças, de viver lindos sonhos também. Como sonhávamos...
As festas que o alto comando do Exército, sexto batalhão de caçadores, sediado na cidade ofereciam, também eram de gala. Vinham convidados de todos os rincões desse ilustre país e nós tivemos o prazer de hospedar e receber gente muito importante, simples e na linguagem de hoje: da hora!
Ih! E as músicas? Eram orquestras especialmente contratadas e, eram escolhidas com bastante atenção, nada poderia dar errado, e é claro que tudo era impecavelmente organizado. E, é ao som das músicas românticas que encerro essa prosa, vislumbrando cada detalhe desse glamour todo e que fez parte da história da cidade e jamais será esquecido em nenhum momento por aqueles que realmente viveram, amaram e ainda amam nossa cidade de Ipameri.
Goiânia, 12 de junho de 2011. Quando fui colocar a data é que vi que hoje é dia dos namorados, o assunto de hoje veio a calhar né? Teria melhor lugar para começar um namoro que um baile?
Deixo para sua meditação: Eclesiastes 12, versículo 1: “ Lembra-te do Teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venham a dizer: Não tenho neles contentamento;
LEGENDA e referência pessoal:
Paulina – Paulina de Souza Moraes, minha mãe:
Sexto Batalhão de Caçadores – Quartel do Exército Brasileiro sediado na cidade de Ipameri-Go;
Jóquei Clube de Ipameri –GO- importante local social;
Ipameri- Goiás – cidade do interior;