DA VINGANÇA E DA JUSTIÇA - Na noite de 01 de junho de 2012

Não compreendo como seja possível a alguém procurar meios para se vingar e se vingar, efetivamente, de outro alguém; não compreendo sequer pensamentos de vingança. É algo que está além da minha compreensão e Deus seja sempre louvado por esta minha incapacidade, embora, é claro, tal incapacidade não me torne melhor do que ninguém.

Isto não quer dizer que eu não tenha sentimentos de animosidade, de raiva, de rancor, de profunda mágoa, até mesmo de ódio em certas ocasiões. Penso que estes sejam sentimentos da natureza humana, o que não significa que devamos ampliá-los em nós; julgo que sejam sentimentos a serem transformados, julgo que devamos estar o tempo todo na busca de transmutá-los, para não transformarmos a vida de outros e a nossa no mais perfeito dos infernos.

Claro que vingança, a meu ver, não é sinônimo de justiça embora, em certas circunstâncias, possam parecer a mesma coisa. Não, não penso que o seja. A justiça é sempre necessária, embora haja casos em que não nos é de direito buscá-la. Este não direito parece ser o que me cabe, em praticamente todos os setores da minha vida (tenho a certeza de que infinitos seres, por motivos diversos, sintam o mesmo que eu) : o não direito à busca da justiça para si próprio. Por isso, resta confiar-me (confiarmo-nos) à misericórdia de um Deus, à misericórdia do Deus Sempre-Vivo na minha (nossa?) Nostalgia, na minha funda necessidade de, Nele, ter a mais completa, a mais absoluta fé, não importa o que disso pense o meu(nosso?) terrível racionalismo. Não importa.

Na noite de 01 de julho de 2012.