Entre vidros e borboletas

Por trás daquele vidro, onde meu olhar é fixo, há tantas cores... E observo que a as nuvens passam, o vento acaricia e pessoas carregam sorrisos. E num horizonte tão azul, por vezes não me encaixo, ficando equilibrada na linha tênue que separa o sonho do cotidiano... Minhas verdades descansam sobre as árvores e meus pensamentos brotam nos vãos de cercas vivas e verdes.

E naquele cenário não sou eu, não fui eu, e me procuro em cada semelhante, o qual passeia nas calçadas enquanto eu vago pelas estrelas. Onde será que estive que não percebi as folhas caírem? Fiquei debruçada na janela, me esperando, e eu passei, nem vi, me sucumbi, atravessei, sumi... Vivo pegando carona em borboletas e sorrisos, nem sempre francos...

Mas, enquanto isso, na ante-sala de meus sonhos, continuo plantando minhas flores, declarando meus versos e nutrindo esse amor imenso bordado em meu peito. E isso não há de ser um tributo à tristeza... É apenas um relato de solidão... Da multidão que existe em mim mesma! Ou será por detrás daquele vidro?