Acreditar
Chega a ser bela, a ingenuidade com que acreditei nos dogmas que me apresentaram. Pureza total!
Pensava eu: como alguém poderia inventar algo parecido? Deve ser verdade. Só pode ser verdade. Se tivesse um pouquinho de poesia na fantasia, aí mesmo, que eu caía sem oferecer qualquer resistência. Vivenciava intensamente, de peito aberto, sinceramente. Entrega plena!
Mas, sempre fui de prestar muita atenção nos detalhes, nas entrelinhas, nos olhares, no que não foi dito... Confesso que esse processo demorava um pouquinho, até acabar o gostinho bom da alegoria. Mas, acordava! Sempre acordei! Olhem: tive experiências bastante construtivas, com aqueles mesmos instrumentos, que os outros degradavam com suas primárias e vaidosas pantomimas. Por outro lado, vi cenas degradantes...
De tudo, tirei um pedacinho. Aproveitei um tijolinho, ao menos, para me construir. Ainda não sabia, que atravessaria a vida, em perpétua desconstrução...
Ainda hoje, prefiro acreditar que estamos lidando, estamos falando a verdade. Claro, fico esperto, atento. Tentando identificar algum desvão. Mas, sem neuroses, ou perseguições militares...
Tento passar essa tranquilidade de estar dizendo o que realmente penso, naquele momento. Normalmente, obtenho considerável sucesso e, o melhor de tudo: um dado fundamental em minha história - reciprocidade. As pessoas têm a maior facilidade em confiar em mim. Já me disseram até que teria talentos eclesiásticos...!!! Pragas, a parte, gosto mesmo de ouvir. Aprendo muito, ouvindo. Tentando sentir o que a pessoa está me passando, tanto em palavras, como em gestos, em intenções...
Esta escola proporcionou-me um conhecimento razoável. Estou certo de que evitei enormes aborrecimentos, guiando-me pela experiência de outra pessoa. Obviamente, ouvindo e atendendo, primeiramente, meus sistemas internos.
Após enveredar pelo universo das terapias alternativas, com seus conhecimentos e posicionamentos, aumentou o grau de percepção em geral, pra tudo. Como tudo, uma faca de dois gumes. Algumas ondas emocionais se acalmaram e outras se agigantaram... Infelizmente, é bastante comum, não ser possível a revelação exata do que penso, a respeito de determinadas situações ou emoções. Aprendi a respeitar o momento de cada um. Muito embora, acredite que a criatura estaria bem melhor se levantasse mais a cabeça, se perceber que a mente não está aberta, recolho-me. Disfarço. Faço uma palhaçada e, pronto!
O que me incomoda, o que acaba comigo, é ver alguém, sendo, ou permitindo ser, miseravelmente enganado. Seja no assunto que for... Tragicamente, é o que mais vejo!!!
Ah! Se pudesse sairia quixoteando por aí, com uma determinação e paixão tamanhas, que não sobraria qualquer vestígio dos antigos e temidos moinhos!!!
Continua, em poesia, no blog novo:
http://claudiopoetaitacare.blogspot.com.br/2012/06/acreditar-nao-queira-seja.html
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