PRECISAMOS VIVER MAIS O AMOR

E assim você simplesmente vai embora, mesmo sem nunca ter chegado de verdade.

As mãos se separam e os abraços nunca mais se encontrarão como aquele laço que se aperta sempre mais para sentir a sua segurança.

Todo encontro é sempre uma breve partida, até que se esqueça definitivamente o caminho que os nossos passos um dia percorreram com aquela esperança que por instantes preencheu o coração. Nesse mundo vazio, onde até as dores são artificiais, parecia que o silêncio e a escuridão da noite eram os únicos que choravam a nossa despedida.

E agora vamos então fugindo dia-a-dia de qualquer mínimo gesto que aparente ternura e faça lembrar que um dia já soubemos amar melhor.

Vamos nós, nos tornando pedra e concreto como as paredes frias dos prédios e os muros altos que não permitem qualquer possibilidade de escalada.

Estamos tornando desprezível até mesmo as dores que um dia iria nos servir para sabermos medir o pouco do escasso amor que vivenciamos na vida.

Estamos nos tornando desprezíveis!

Vamos sofrer sim por AMOR!

Mas antes vamos deixá-lo acontecer, vamos viver um amor...

Cadê a agonia! Cadê o súbito desespero de ver os seus olhos lentamente se tornarem uma lembrança nos meus?

Onde foram parar os dias que em que a saudade perturbara mais que uma insônia e as noites parecem infinitas?

E por falar em saudade... o que fizeram com ela?

Cadê a saudade que asfixiava o peito? Onde foi parar aquela sensação de querer estar presente quando menos se pode? Quem sabe me dizer onde foi parar aquela mistura que embriagava o coração e alimentava a nossa lembrança com a imagem de alguém especial?

Hoje a saudade é apenas uma mensagem no celular... é um recado copiado de um lugar qualquer e colado na tela do computador... é uma saudade tão vazia, assim como o amor idealizado que se procura nos cantos do mundo.

Será também que desaprendemos a sentir saudade? Desaprendemos a sofrer? (que absurdo esse pensamento!).

(...) Espero que esteja errado nestes meus devaneios.