mais um dia

Acordou atordoado querendo saber às horas, já passava do meio-dia. Com uma dor de cabeça que estava o matando. Ao lado e viu uma mulher mais velha que ele, e que com certeza seus amigos, caso a vissem, não acreditariam que tivesse coragem de encara-la. Pensou em acorda-la, mas achou melhor se vestir antes, difícil era achar alguma coisa naquela bagunça, tudo revirado, tudo vasculhado, e ainda estava sem camisa e as meias dera perdidas, a dor de cabeça aumentava e a mulher, Regina ou Cristina, teimava em não acordar. Sentou numa cadeira para ver se com calma descobria o paradeiro de sua camisa, em vão. Foi o jeito tentar, mais uma vez, desperta Cristina ou Sabrina. Por sorte o celular da dorminhoca tocou que acordou, lhe deu bom-dia e foi atrás do aparelho, na linha era uma amiga com uma conversa desinteressante que logo foi despachada, enquanto ela falava no celular, ele a observava e foi pensando como seria a vida daquela mulher que aparentava tem uns 40 anos e morava sozinha, sem marido e sem filhos, parecia ser uma vida tão triste, não que fosse um defensor do matrimônio, mas nesses dias em que acordava de ressaca ao lado de uma mulher que não lhe inspirava nenhum desejo além do sexo, e que no caso desta já era até surpreendente ter tal desejo, sempre ficava um pouco balançado. A mulher se vestiu perguntou se ele queria comer alguma coisa.

- Não, obrigado. Você viu minha blusa?

- está dentro da geladeira - disse ela

- dentro da geladeira, como foi parar lá?

- você não lembra?

- oh! Sim... Que loucura nossa noite hein?

Ficaram ali ainda um tempo naquela situação constrangedora de ter que conversa com um estranho após a transa, dizendo que iriam se ver novamente e torcendo para nunca mais se cruzarem. Montou na moto, foi embora sem saber o nome daquela que o livrara do tédio de uma sexta-feira à noite e com a sensação de que ela também não sabia o seu. [...]

diniz xavier
Enviado por diniz xavier em 29/06/2012
Código do texto: T3751113