Viva a República!
Manhã de sexta-feira 15, no estádio Campo de Santana. Quarenta e cinco minutos do segundo tempo. Agora, cara a cara o mais esperto vencerá.
Enquanto o juiz alerta a Dom Pedro II a não avançar antes de a penalidade ser cobrada, Marechal Deodoro se concentra para enfim decretar a vitória para seu time.
O pênalti foi cometido pelo próprio Imperador. Deu um carrinho no adversário com seu desprezo quanto ao levante.
Deodoro divide a tensão em ter que cobrar o pênalti com a esposa que ficou em casa praguejando-o por ter preferido ir para o baba.
Em jogo uma aposta que envolve todo país, quem perder terá que entregar todos os poderes ao adversário.
Nas arquibancadas a maioria soldados. Deodoro e seu time são franco favorito entre a torcida.
Suspense! O Marechal dá sinais de gripe. “Será que ele consegue?”. Interrogação no ar.
O árbitro avisa que esse é o último lance do jogo, Dom Pedro aproveita para desconcentrar Deodoro.
Autorizado, lá vai o Deodoro. Goooooooooooooooooooooooooool! Nas arquibancadas a torcida grita em exaltação: “VIVA O GOLPE!” Ops! Quer dizer: “VIVA A REPÚBLICA!”.