Fidelidades Hilárias!
Tenho fidelidades hilárias. Suspeito que sejam compulsivas, pois não mudo... Vou exemplificar: se aprendo um caminho pra chegar a algum lugar, será aquele até algum acontecimento de força maior... Vou sempre ao mesmo mercado, à mesma farmácia, ao mesmo querido barbeiro... Ao ponto de ele viajar e eu, inconscientemente, ficar protelando pra ir em outro, mesmo havendo a forte possibilidade de ele nunca mais voltar, pois foi pra Europa com uma "amiga"... Qual não foi minha surpresa e alívio, quando ontem, passando em frente à barbearia, que estava na mão de outro rapaz, ouvi meu nome. Era meu amigo que tinha voltado, para meu visível alívio.
Alívio, aliás, por vários motivos, pois fiquei preocupadíssimo com a aventura de meu amigo, que não tinha qualquer possibilidade de dar certo...
Sou tão fiel aos meus amigos, que, deliberadamente interfiro, preocupo-me, descabelo-me com seus deslizes, opino em suas vidas, com autoridade de irmão mais velho. Autoridade esta concedida a mim, por mim mesmo...
Nunca trai meus romances.
Sou fiel à cidade em que vivo. Defendo, tento ajudar. Interfiro, na medida do possível, para a humanização do lugar, que é o que me interessa, o que me impulsiona.
Mototaxista, a preferência é sempre do mesmo. Óbvio, que se não o encontro, chamo outro. Mas o primeiro é ele.
Uso muito tempo as mesmas marcas de produtos, até que algo novo me chame a atenção, ou me desaponte, de alguma forma.
As praias! Gostei muito de duas. Não saio delas. Ainda nem conheci todas desta cidade. Ainda não fui em outras cidades, aqui perto. Não tenho necessidade. Não tenho extrema curiosidade. Pelo menos esse tipo de ansiedade, não tenho!!!
O que escolhi é tão rico, a satisfação é tamanha, que não preciso ficar me deslocando, em busca de diversão, muito menos de inspiração.
A solidão obrigou-me a ser tão criativo para com meu mundo, que só me preocupo em mantê-lo. Desconheço, como já afirmei, ene vezes em poesia, o tédio... Imagine! - Minha cabeça precisaria mesmo é de freio. Não para! Não para! Não para! Ainda bem que tenho consciência da movimentação toda, caso contrário já teria enlouquecido. Até por sentir tudo em demasia...!
Habito o superlativo entre exclamações e fantásticas sensações... Cuido de tudo, com um inimaginável carinho e uma fantástica lucidez!
Ter vivido a vida toda no "Reino de Calabar", fez-me optar, irremediavelmente, pela sinceridade!
Continua em poesia em meu blog novo "Amigo":
http://claudiopoetaitacare.blogspot.com/2012/06/fidelidades-hilarias-mundo-futuro.html