Partidos e Partidários
Meu avô, Joca, dizia que “esse mundo é cheio de filosofias” a que a avó, Josefina, acrescentava: “o que pouca gente acha...” A História da Filosofia me reconfirmou que não existe somente uma filosofia; também os filósofos, há filosofias. Essa pluralidade de sistemas filosóficos, de ideias que se complementam dá continuação uma à outra, e, mesmo quando se contradizem, respeitam-se, evitando proselitismo de doutrinas, não interrompendo que outros pensadores digam novas e diferentes ideias, às vezes “sínteses” do que já compreenderam. Não é porque a filosofia em si viva da diversidade, assim somos nós, seres pensantes, sujeitos e objetos desse pluralismo.
Tudo provém do homem que é o que é, mas a força desse ser nunca cessa de devir, de tornar-se, num contínuo “autorrealizar-se”, na luta da “autoafirmação”, justamente porque nós somos seres inacabados e pressentimos o que nos falta. E é nisso em que consiste também a nossa desafiante liberdade que, na prática, desafia o homem que se considere acabado a prosseguir na sua conscientização de que ele será sempre inacabado, motivo ao caminho do seu aperfeiçoamento.
Isso nos inspira que, no mundo político, criamos “grupos”, denominados de “partido” (pars, partis), que é uma minúscula parte de um todo, onde se agregam indivíduos com, mais ou menos, ideias semelhantes sobre como agir e conduzir as coisas da nossa sociedade ou da “polis”. Esses partidários, companheiros de partido, outrora chamados de correligionários, aderem a programas, a causas, a cujos objetivos traçam o caminho a atingi-los. É como entrassem num ônibus para, juntos, conseguirem percorrer esse caminho. O que não deve acontecer é que esse ônibus só abra suas portas para os adeptos entrarem; caso sucedam descaminhos, decepções, maus-tratos, náuseas, desconfortos, incompreensões, e eles decidam sair do ônibus, as portas não se lhes abrem. Caso, saiam por alguma “emergência”, os ex-partidários, por não serem prisioneiros, não merecem ser chamados de “traidores” pelos passageiros, seus ex-aliados restantes. Enfim, decidiram não prosseguir a viagem, e onde estaria a liberdade de entrar e sair? Podemos até supor que todos, partidos e partidários, tenham idealmente um comum desejo: o bem comum da cidade. Porém, o conflito está na existência de diversos caminhos para se chegar a esse bem comum, daí a pluralidade de ideias, de ideologias, de políticas, e também de partidários e, por isso mesmo, de ônibus e de partidos.
Tudo provém do homem que é o que é, mas a força desse ser nunca cessa de devir, de tornar-se, num contínuo “autorrealizar-se”, na luta da “autoafirmação”, justamente porque nós somos seres inacabados e pressentimos o que nos falta. E é nisso em que consiste também a nossa desafiante liberdade que, na prática, desafia o homem que se considere acabado a prosseguir na sua conscientização de que ele será sempre inacabado, motivo ao caminho do seu aperfeiçoamento.
Isso nos inspira que, no mundo político, criamos “grupos”, denominados de “partido” (pars, partis), que é uma minúscula parte de um todo, onde se agregam indivíduos com, mais ou menos, ideias semelhantes sobre como agir e conduzir as coisas da nossa sociedade ou da “polis”. Esses partidários, companheiros de partido, outrora chamados de correligionários, aderem a programas, a causas, a cujos objetivos traçam o caminho a atingi-los. É como entrassem num ônibus para, juntos, conseguirem percorrer esse caminho. O que não deve acontecer é que esse ônibus só abra suas portas para os adeptos entrarem; caso sucedam descaminhos, decepções, maus-tratos, náuseas, desconfortos, incompreensões, e eles decidam sair do ônibus, as portas não se lhes abrem. Caso, saiam por alguma “emergência”, os ex-partidários, por não serem prisioneiros, não merecem ser chamados de “traidores” pelos passageiros, seus ex-aliados restantes. Enfim, decidiram não prosseguir a viagem, e onde estaria a liberdade de entrar e sair? Podemos até supor que todos, partidos e partidários, tenham idealmente um comum desejo: o bem comum da cidade. Porém, o conflito está na existência de diversos caminhos para se chegar a esse bem comum, daí a pluralidade de ideias, de ideologias, de políticas, e também de partidários e, por isso mesmo, de ônibus e de partidos.