LÁGRIMAS
Embora até então eu não saiba o melhor momento de secar uma lágrima, permaneço estancando alguns choros que passam por mim. Sei que umas tantas gotas são necessárias para que o sufoco amenize e sobre espaço por dentro, mesmo que sejam espaços abarrotados de vazios. Mas existem outras que são tão desnecessárias e supérfluas que chegam a me doer de vê-las cair em pessoinhas tão queridas. Também, essa minha mania de sair correndo para acudir qualquer tombo, qualquer declínio com medo que se machuquem, ainda me levará a perdas inúteis e que não desejo. Quedas são necessárias para mostrar onde não se deve pisar na razão do outro e para fortalecer a musculatura do seu próprio coração. Mas o medo de ser omissa não me deixa ficar passiva e sim, eu corro para enxugar o pranto alheio. E quando se trata de mim, (e aqui começo a rir enquanto escrevo), escondo minhas lágrimas com sorrisos escancarados. E assim vou abrindo espaços e enchendo de vazios internos onde antes eu afogava. São raros os que já viram meu deplorável choramingo. E assim sempre será.