CAUSAS IMPOSSÍVEIS
Hoje, ao passar por um banca repleta de belas flores, na hora meu cérebro fez a ligação, e acionou a memória. E como numa tela, pintada pelas lembraças, vi minha mãe, arrumando as palmas, cor de rosa e brancas em seu vaso preferido, um presente que ela ganhou em seu casamento, de um tio muito querido. Após arrumá-las, com carinho, colocava o vaso, ao lado da imagem de Santa Rita de Cassia, que havia em nossa sala de estar.
Lembrei-me, que muitas vezes perguntei a minha mãe, porque ela preferia aquela flor, haviam tantas outras em nosso jardim. A resposta era sempre a mesma, dizia que Santa Rita, gostava muito daquelas. Ela, somente ofertava outras flores a Santa, se não fosse tempo de palmas.
Minha mãe se foi faz tempo, a imagem de Santa Rita, nunca soube, que fim teve.
Mas, as flores, esteja eu, onde estiver, me remetem, aquele cantinho de nossa casa, onde minha mãe com toda sua fé, orava para a Santa das causas impossíveis.
Me recordo também, que em minha inocência de criança, muitas vezes questionei a Santa: se ela resolvia o impossível, por que havia deixado minha mãe morrer tão jovem?
Mas, Ela, nunca me respondeu.
(Foto da Autora- Bryant Park)